Centeno tem apoio de Lagarde para concorrer a líder da EBA

Mário Centeno é um dos nomes mais bem cotados para se candidatar à presidência da Autoridade Bancária Europeia (EBA), noticia o jornal Eco nesta terça-feira – acrescentando que o ex-governador do Banco de Portugal (e ex-ministro das Finanças) terá o apoio de Christine Lagarde caso decida candidatar-se.
O Banco Central Europeu (BCE) não tem, formalmente, uma influência direta na escolha mas o apoio de Lagarde, a confirmar-se, poderá ser um trunfo a favor de Mário Centeno caso decida candidatar-se. Outro trunfo seria a presidência do Eurogrupo, cargo que Centeno chegou a ocupar enquanto era ministro das Finanças. Mas, contactado pelo Eco, Centeno não confirmou o interesse no cargo nem fez comentários.
Além de noticiar que Centeno teria o apoio de Lagarde, o Eco acrescenta que a presidente do BCE chegou a tentar, no verão, interceder junto de Luís Montenegro para que o primeiro-ministro (e o Ministério das Finanças) reconduzisse o governador para um segundo mandato. Apesar dessa iniciativa, o Governo optou mesmo por substituir Mário Centeno por Álvaro Santos Pereira.
Na semana passada foi aberto um concurso internacional para escolher um sucessor para José Manuel Campa, que anunciou a saída (prematura) da presidência da EBA no início de setembro. Até 7 de novembro os eventuais candidatos terão de apresentar o currículo e uma carta de candidatura – para que depois uma comissão escolhida para o efeito selecione 10 candidatos para entrevista e, depois, entre esses, uma lista de seis que serão apreciados pelo Conselho de Supervisores da Autoridade Bancária Europeia (EBA).
A EBA é um organismo da União Europeia que supervisiona e dita as regras (harmonizadas) para o setor bancário europeu, incluindo definir os rácios de capital mínimo regulatório que os bancos têm de cumprir. A principal função é garantir a estabilidade e transparência do sistema financeiro, assegurando que os bancos da UE cumprem as mesmas regras e que os depósitos dos clientes estão protegidos.
Também é a EBA que realiza os chamados testes de stress aos bancos, que simula cenários macroeconómicos desfavoráveis e avalia como é que os balanços dos bancos iriam resistir.
observador