Atentado suicida faz 13 mortos no sudoeste do Paquistão

Pelo menos 13 pessoas morreram e 30 ficaram feridas depois de um bombista suicida se ter feito explodir durante um comício político no sudoeste do Paquistão, segundo o mais recente balanço divulgado esta quarta-feira.
O porta-voz do hospital governamental de Quetta, capital da província do Baluchistão, confirmou a entrada de 13 corpos e dezenas de feridos, alguns em estado crítico.
A explosão ocorreu junto a um cemitério, perto de um estádio nos arredores da cidade, onde se encontravam centenas de membros do Partido Nacional do Baluchistão (BNP), disse o chefe da polícia local, Majeed Qaisrani. Partes do corpo do atacante foram recuperadas no local.
O balanço inicial apontava para 22 mortos e 40 feridos, de acordo com autoridades citadas pela agência France-Presse (AFP). Até ao momento, nenhum grupo reivindicou o ataque.
O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, responsabilizou “terroristas apoiados pela Índia e os seus facilitadores”, sem apresentar provas. Nova Deli tem negado repetidamente as acusações de Islamabad, que acusa a Índia de apoiar tanto os talibãs paquistaneses como os separatistas baluchis.
Também na terça-feira, 11 soldados e paramilitares morreram em ataques nas províncias de Baluchistão e Khyber-Pakhtunkhwa. Neste último caso, seis militares foram mortos num ataque a um quartel de tropas paramilitares, ação reivindicada por um grupo ligado aos talibãs paquistaneses.
O BNP afirma defender a minoria baluchi, que se sente desfavorecida numa província rica em minerais e hidrocarbonetos, mas que continua a ser a mais pobre do Paquistão. No Baluchistão, 70% da população vive na pobreza, apesar dos megaprojetos — sobretudo chineses — que geram receitas significativas.
A província registou o maior aumento da violência em 2024, com uma subida de 90% e um total de 782 mortos, segundo o Centro de Investigação e Estudos de Segurança, sediado em Islamabad.
De acordo com a AFP, mais de 430 pessoas foram mortas este ano em atos de violência atribuídos a grupos armados que combatem o Estado no Baluchistão e em Khyber-Pakhtunkhwa. No total, 2024 foi o ano mais mortífero em quase uma década, com mais de 1.600 mortes, quase metade entre soldados e polícias.
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