Tuva Hansen perdeu a memória a jogar pela Noruega. Agora, sonha com o inesquecível

A carreira de Tuva Hansen tem a particularidade de alternar problemas de saúde com momentos de glória.
Estreou-se na I Liga norueguesa, com o Klepp, com apenas 17 anos, um ano depois do acidente que lhe apagou as memórias de infância.
Aos 20 anos, estreou-se pela seleção principal da Noruega, numa dupla jornada ibérica: derrota por 3-0 com a Espanha e vitória por 2-0 sobre Portugal, na Algarve Cup. Aos 22, encontrou finalmente a resposta para quase uma década de dores tão fortes que tinha de faltar a treinos ou recolher ao balneário para ir vomitar: endometriose.
"Cresci a jogar com rapazes e eles pensavam que eram dores menstruais, mas não era só isso. E quando contracetivos e outros medicamentos não têm qualquer efeito, começas a pensar no que estará errado. Tive a sorte de ter ido a um ginecologista que me diagnosticou. Fui operada e desde então, já não tomo analgésicos. Fui do inferno ao céu", relata.
Hansen só voltaria à seleção em 2020, novamente para a Algarve Cup. E depois, teve de voltar a esperar para chamar a atenção dos selecionadores. Quando regressou, em 2021, para a fase de qualificação para o Mundial 2023, assumiu a titularidade e não mais a largou.
Também em 2021, Hansen foi pela primeira vez campeã norueguesa, pelo Sandviken. No ano seguinte, tornou-se a primeira mulher a capitanear o Brann — teve o privilégio de liderar a primeira equipa do histórico clube norueguês, que se sagrou imediatamente campeão, com recordes de assistências.
RR.pt