Número de mortos registados em Gaza ultrapassa os 64 mil

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O número de mortos no conflito na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelita ultrapassou os 64 mil, informaram esta quinta-feira as autoridades locais controladas pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde do território, o total de mortos em quase dois anos de guerra inclui cerca de 400 pessoas dadas como desaparecidas, mas que tiveram entretanto os óbitos confirmados.
O número total de vítimas mortais aumentou para 64.231 e os feridos contabilizados são 161.583, de acordo com novos dados.
O ministério não informa quantos dos mortos eram combatentes palestinianos ou civis, referindo no entanto que cerca de metade das vítimas eram mulheres e crianças.
Os números foram esta quinta-feira atualizados após os últimos ataques israelitas, que mataram pelo menos 28 pessoas no território palestiniano, na maioria mulheres e crianças, durante a noite passada e ao longo do desta quinta-feira.
Os ataques ocorreram quando as tropas israelitas operavam nos arredores da Cidade de Gaza, nas fases iniciais de uma ofensiva planeada para ocupar a capital do território, onde vivem cerca de um milhão de pessoas, muitas das quais já deslocadas e que enfrentam uma situação de fome, de acordo com a ONU.
O Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, recebeu 25 corpos, incluindo nove crianças e seis mulheres, depois de ataques israelitas terem atingido tendas que abrigavam deslocados, indicou a unidade hospitalar. Entre os mortos estava um bebé de 10 dias.
Outras três pessoas foram mortas no sul da Faixa de Gaza, segundo o Hospital Nasser, em Khan Yunis.
O Exército israelita ainda não se pronunciou sobre os mais recentes ataques, embora tenha insistido várias vezes que apenas visa militantes palestinianos, imputando a responsabilidade pelas mortes de civis ao Hamas, ao esconder os seus combatentes em zonas densamente povoadas.
O Ministério da Saúde é parte do Governo do Hamas, que gere a Faixa de Gaza desde 2007, e os seus números de vítimas provocadas pelo conflito são considerados fiáveis pelas agências da ONU e por muitos especialistas independentes.
Israel contesta porém estes dados, sem fornecer os seus próprios números, ao mesmo tempo que lança uma nova etapa da ofensiva no território, sem sinais de uma aproximação negocial das partes.
O Hamas divulgou um comunicado na noite de quarta-feira em que reitera estar aberto à devolução de todos os 48 reféns que mantém na sua posse, dos quais se estima que 20 estejam vivos, em troca de prisioneiros palestinianos, um cessar-fogo duradouro, retirada das forças israelitas, abertura dos postos fronteiriços e início da reconstrução do enclave.
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou a proposta e reiterou que a guerra continuará até que todos os reféns sejam devolvidos, o Hamas desarmado e que Israel assuma o controlo total da segurança do território, sendo a administração civil entregue a terceiros.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas a 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que destruiu a quase totalidade das infraestruturas do território e provocou um desastre humanitário sem precedentes na região.
observador