China. Presente do exterior prejudicam segurança nacional

As autoridades chinesas alertaram esta terça-feira para os riscos que certos objetos adquiridos ou recebidos durante viagens ao estrangeiro podem representar para a segurança nacional, incluindo artigos aparentemente inofensivos como recordações, plantas ou acessórios.
Num comunicado divulgado na conta oficial do Ministério da Segurança do Estado na rede social WeChat, é referido que alguns desses artigos podem conter elementos que, de forma direta ou indireta, “prejudicam a soberania e integridade territorial da China” ou “ameaçam a saúde pública e a segurança biológica”.
O documento destaca, em primeiro lugar, os riscos associados à introdução não autorizada de espécies vivas. Animais ou plantas adquiridos como produtos locais podem transportar pragas ou agentes patogénicos, capazes de se propagar no território chinês, afetando espécies autóctones, provocando desequilíbrios ecológicos e colocando em risco a produção agrícola.
O Ministério alerta ainda para a compra de mapas que não estejam em conformidade com os padrões estabelecidos pelas autoridades chinesas, que exigem a inclusão das reivindicações territoriais do país.
Outro ponto de preocupação diz respeito à possível manipulação de objetos de uso comum — como colares, porta-chaves ou bijuteria — que, segundo o ministério, podem ter sido modificados com dispositivos de escuta, gravação ou localização, com fins de vigilância ou espionagem.
Estes artigos são, segundo o comunicado, frequentemente oferecidos de forma insistente a alvos específicos, como funcionários públicos, membros de instituições sensíveis ou da comunidade académica, com o objetivo de recolher informações confidenciais de forma encoberta.
Face a estes cenários, o Ministério da Segurança do Estado exortou os cidadãos a manterem uma postura cautelosa ao adquirir ou aceitar recordações durante deslocações ao estrangeiro.
A pasta tem vindo a publicar regularmente alertas sobre espionagem na sua conta oficial no WeChat e apelado à população para que desconfie de ofertas de emprego ou pedidos de informação suspeitos, sobretudo se provenientes do exterior, e para que evite divulgar dados sensíveis ‘online’.
Em 2023, o ministério pediu a mobilização de toda a sociedade para “prevenir e combater o espionagem” e anunciou um conjunto de medidas destinadas a “reforçar a defesa nacional” face às “atividades de inteligência estrangeiras”.
observador