Teatro. Falta de ar condicionado cancela espetáculos

No espaço de um mês, duas peças do Teatro Nacional D. Maria II (TDNMII), em Lisboa, viram algumas sessões serem canceladas. O motivo? A sala onde se apresentavam não dispor de ar condicionado.
“Confirmamos que foram canceladas as sessões dos espetáculos Corre, bebé! (29 de junho) e Audição (11 a 13 de julho)”, adianta ao Observador o gabinete de imprensa do TNDMII, numa resposta por escrito. “A decisão teve por base as condições climatéricas previstas para esses dias, com temperaturas bastante elevadas, e o facto de a Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda não dispor de climatização, não estando assim asseguradas as condições de conforto adequadas para o público, artistas e equipa técnica. Optou-se, por isso, pelo cancelamento dessas sessões”. Todos os espectadores puderam trocar ou pedir a devolução do valor dos bilhetes.
Paralelamente, informam, “avançou-se com a implementação de uma solução temporária de climatização, de forma a garantir as melhores condições possíveis para as restantes apresentações”. O Observador testemunhou que, na última sessão de apresentação do espetáculo Audição, do Teatro Praga, a sala dispunha de aparelhos de ar condicionado portáteis. O TNDMI, acrescentam, “está igualmente a avaliar a adoção de medidas semelhantes para o restante período de programação nos Jardins do Bombarda, até dezembro de 2025, assegurando o normal decorrer das sessões previstas para aquele espaço”.
A Largo Residências, cooperativa cultural responsável pela gestão da Sala Estúdio Valentim de Barros, justifica ao Observador que “a instalação de ar condicionado não se colocou inicialmente devido a questões financeiras”, mas que “o melhoramento futuro a este nível está a ser estudado e poderá ocorrer no próximo ano se tal for viável financeiramente para a nossa cooperativa”. “Para 2026 está a ser elaborado um projeto de climatização tendo em conta as condições específicas de intervenção de fundo do espaço e regras de segurança associadas”, dizem numa resposta por escrito.
A gestão da Sala Estúdio Valentim de Barros é da responsabilidade única e exclusiva da Largo Residências, com o equipamento disponível para acolher várias entidades. Em 2025, dada a situação particular das obras no Rossio do Teatro Nacional Dona Maria II, a entidade foi parceira residente em continuidade, situação essa que não se prevê em 2026, com a reabertura do histórico edifício.
A sala de espetáculos foi inaugurada em março, integrada nos Jardins do Bombarda, um centro cultural e comunitário, criado em parte do antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda (Lisboa) promovido pelo Largo Residências em parceria com a ESTAMO e um conjunto de organizações sócio-culturais residentes. Parte da sua atividade tem o apoio financeiro da República Portuguesa – Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes e da Câmara Municipal de Lisboa.
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