Nova fibra �ptica oca acelera dados em at� 1.000x

Informática

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/09/2025

Ilustração artística da nova fibra óptica oca com núcleos de ar. [Imagem: Gerado por IA]

Fibra óptica oca

Engenheiros da Universidade de Southampton, no Reino Unido, podem ter finalmente descoberto um modo técnica e economicamente viável de fabricar uma nova família de fibras ópticas que promete um impulso gigantesco na velocidade de transmissão de dados - até 1.000 vezes maior do que a atual.

Como a luz viaja no ar a uma velocidade cerca de 45% mais alta do que quando ela trafega no vidro de silício, sempre houve interesse na fabricação de fibras ópticas contendo núcleos ocos, cheios de ar. Todos os testes em escala de laboratório confirmam ganhos excepcionais em comparação com as fibras ópticas de silício ou de plástico, usadas hoje.

Mas há um problema: É muito difícil fabricar as fibras com núcleos ocos de modo consistente e economicamente viável, o que tem mantido essa tecnologia restrita a experimentos de laboratório.

É justamente isso que Marco Petrovich e seus colegas afirmam ter conseguido: Uma inovação de processo que permite fabricar fibras ópticas de núcleos ocos em escala industrial, tornando-as competitivas com as fibras ópticas comuns.

E não se trata de uma fabricação semimanual ou algo do tipo, restrita a equipamentos de laboratório: A equipe já fundou uma empresa para colocar suas novas fibras no mercado.

O processo consiste em criar os canais na pré-forma de silício, antes do puxamento da fibra, e em manter os núcleos ocos pressurizados durante a fabricação.[Imagem: Marco Petrovich et al. - 10.1038/s41566-025-01747-5]

Ganhos em velocidade e potência

As fibras ópticas atuais perdem cerca de metade da luz após cerca de 20 km de distância, o que exige o uso de reforçadores de sinais para amplificar os feixes a cada trecho desses.

"Em vez do tradicional núcleo de vidro sólido, esta fibra óptica inovadora apresenta um núcleo de ar cercado por uma microestrutura de vidro meticulosamente projetada para guiar a luz. Essa abordagem não apenas reduz a atenuação e outros fenômenos de degradação do sinal, como também aumenta a velocidade de transmissão em 45%," escreveu a equipe.

A microestrutura de vidro a que os pesquisadores se referem consiste em anéis finos de sílica envolvendo os núcleos de ar, para guiar a luz.

Os primeiros testes mostraram que a nova fibra apresenta uma perda óptica de apenas 0,091 decibéis por quilômetro em um comprimento de onda de luz comumente usado em comunicações ópticas, permitindo que os dados viajem cerca de 50% mais longe antes de precisar de um reforço. Isso pode baratear as redes eliminando os amplificadores, mantendo os níveis atuais de velocidade de transmissão, ou pode permitir que muito mais dados sejam transmitidos sem distorção nas mesmas distâncias atuais, mantendo os repetidores.

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