Estrela rebelde pode ‘chutar’ Terra para o espaço profundo

Uma equipa de astrónomos executou mais de duas mil simulações com a ferramenta Horizons System da NASA e alerta que a passagem de uma estrela ou conjunto de estrelas rebeldes pode desequilibrar a forma como o Sistema Solar está estabelecido atualmente. Apesar de a maior parte das passagens não trazer grandes consequências, teme-se que alguma destas ocorrências possa causar o caos e acabar por ‘empurrar’ a Terra para longe do Sol e para o espaço profundo.
A análise publicada no Icarus sugere que as consequências desastrosas podem dever-se principalmente a um planeta, Mercúrio, que é o mais próximo do Sol e mais vulnerável a instabilidade, uma vez que a sua órbita pode tornar-se mais elíptica. Os astrónomos acreditam que aumentar a excentricidade pode desestabilizar a órbita de Mercúrio, levando-o a colidir com Vénus ou mesmo com o Sol, situação que só será agravada pela passagem de uma estrela nas proximidades, noticia o Gizmodo.
O estudo teve em consideração os dados do Solar System Dynamics Group que monitoriza com precisão a posição de objetos no Sistema Solar. A equipa esboçou vários cenários envolvendo a passagem de estrelas e conclui que as ‘razias estelares’ nos próximos cinco mil milhões de anos aumentam a instabilidade do Sistema em 50 por cento. Por planetas, Mercúrio e Marte são os mais prováveis de serem perdidos após uma passagem e, embora na Terra a taxa de instabilidade seja baixa, há uma probabilidade maior de vir a sair de órbita devido a uma colisão com outro planeta.
“A natureza das instabilidades geradas por estrelas é mais violenta do que as instabilidades geradas internamente. A perda de múltiplos planetas em instabilidades geradas por estrelas é comum e acontece cerca de 50% das vezes [nas simulações], ao passo que parece ser bastante rara para instabilidades geradas internamente”, conta a equipa no estudo.
Visao