Ataque de jihadistas mata pelo menos 55 pessoas

Pelo menos 55 pessoas morreram num ataque atribuído a ‘jihadistas’ no nordeste da Nigéria, na sexta-feira à noite, anunciaram fontes ligadas à segurança e a organizações da sociedade civil.
Segundo disseram este sábado à agência francesa AFP um oficial de segurança e um funcionário de uma organização não-governamental, o ataque ocorreu na cidade de Darul Jama, que abriga uma base militar, na fronteira entre Nigéria e Camarões.
O comandante de uma milícia pró-Governo, Babagana Ibrahim, disse que há seis soldados entre os mortos. Segundo ele, 55 pessoas foram mortas, mas um funcionário de uma organização não-governamental, que não quis ser identificado, aumentou o número de vítimas para 64. Contactado pela AFP, um porta-voz do Exército não prestou declarações.
Testemunhas disseram que o ataque começou à noite, os agressores chegaram em motocicletas, dispararam armas e incendiaram casas.
“Eles vieram aos gritos e atirando contra tudo que se mexia“, contou Malam Bukar, que fugiu para o campo com a mulher e os filhos. “Quando voltámos, havia corpos por toda parte”, acrescentou.
Muitas das vítimas eram famílias que chegaram recentemente de um campo para deslocados em Bama, que as autoridades nigerianas fecharam este ano.
“O Governo disse-nos que estaríamos seguros aqui”, disse Hajja Fati, que perdeu o irmão no ataque. “Agora estamos a enterrar os nossos entes queridos novamente”, lamentou.
Sabe-se que a área atacada está sob controlo do comandante do grupo Boko Haram, Ali Ngulde, que uma fonte de segurança identificou à AFP como líder do ataque.
A Nigéria luta há 20 anos contra os ‘jihadistas’ no nordeste do país. O nordeste da Nigéria sofre ataques do Boko Haram desde 2009, que se intensificaram a partir de 2016, com o surgimento do grupo dissidente Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), sobretudo em áreas rurais do nordeste.
O Boko Haram e o ISWAP já mataram mais de 35 mil pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos, como Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e das Nações Unidas.
Os dois grupos procuram impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
observador