Traumas no sexo? A terapia tântrica é alternativa para voltar a ter prazer

O tratamento é individualizado. As técnicas aplicadas variam conforme a história de vida, o nível de bloqueio e o estágio emocional da pessoa. Nos casos mais sensíveis, o processo começa sem estímulos genitais, focando no desenvolvimento da confiança entre terapeuta e interagente.

Apenas com o avanço emocional é que se propõe a introdução de massagens mais profundas, que podem envolver a estimulação de áreas como ponto G, próstata, grandes e pequenos lábios, glande ou períneo — sempre com o consentimento da pessoa e de forma progressiva.

A proposta, nesses casos, é recondicionar o corpo a sentir prazer com segurança, sem acionar a memória do trauma. A abordagem também mostra que nem todos os bloqueios têm origem em abusos sexuais. Muitos deles se formam na infância, a partir de repressões familiares, choques emocionais, críticas à aparência ou experiências dolorosas ligadas à afetividade.

Especialistas explicam que o corpo possui memória emocional. Músculos e células são capazes de armazenar traumas em pontos específicos, especialmente nos genitais, quando a dor está relacionada à sexualidade. Por isso, quando essas áreas são estimuladas, o organismo pode reagir como se estivesse revivendo o trauma. Esse mecanismo de defesa, embora inconsciente, é o que impede muitas pessoas de viverem sua sexualidade de forma plena.

A boa notícia é que o tantra não exige que a pessoa seja totalmente aberta, sem tabus ou adepta de espiritualidade. O processo terapêutico pode ser feito com qualquer indivíduo que deseje transformar sua relação com o próprio corpo, curar traumas e viver o sexo de maneira mais consciente e saudável.