Quatro governantes acusados pelo BE negam manter ligações a empresas imobiliárias
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Do leque de oito governantes que o Bloco de Esquerda (BE) indicou, esta terça-feira à noite, terem ligações ao sector imobiliário, quatro já vieram a público negar essas acusações, garantindo que se desfizeram de todas as participações antes de tomarem posse. É o caso da secretária de Estado da Habitação Patrícia Gonçalves Costa, da ministra da Cultura Dalila Rodrigues, do secretário de Estado da Cultura Alberto Santos e do secretário de Estado da Economia João Rui Ferreira.
Todas as tutelas emitiram comunicados sobre o assunto. Patrícia Gonçalves Costa diz que "em política não vale tudo nem pode valer tudo". As suas "funções de gerência" numa empresa de serviços imobiliários terminaram em Agosto de 2015 e a sua participação cessou em Janeiro de 2019, "ou seja, há mais de cinco anos".
A expressão de que "em política não vale tudo" também foi usada por Dalila Rodrigues numa nota emitida pelo Ministério da Cultura e citada pela Lusa a propósito da acusação à governante. A ministra disse que a acusação do BE "é mentira" e que "à data da tomada de posse não era titular de qualquer participação social em qualquer sociedade comercial". "Antes da tomada de posse, procedi à cedência da quota, facto que foi devidamente inscrito no registo comercial", vincou Dalila Rodrigues.
Também o secretário de Estado da Cultura Alberto Santos seguiu a mesma linha de argumentação. A declaração de Mariana Mortágua "não corresponde à verdade". "Antes de tomar posse, o que só aconteceu há menos de duas semanas (dia 13 de Fevereiro), cedi a quota que detinha numa empresa comercial, tendo igualmente suspendido de imediato a minha inscrição na Ordem dos Advogados", acrescentou.
Quanto ao secretário de Estado da Economia João Rui Ferreira, e tendo sido referidas ligações "ao sector imobiliário através de uma posição como vogal suplente na CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário", a nota emitida destaca que "importa esclarecer que esta posição na referida confederação decorria exclusivamente do seu cargo na direcção executiva da APCOR (Associação Portuguesa de Cortiça), funções que cessaram antes da sua tomada de posse como membro do Governo".
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República ao final da tarde desta terça-feira, a coordenadora do BE Mariana Mortágua indicou ainda que há 20 deputados com participações em empresas imobiliárias (13 do PSD, quatro do Chega e três do PS).
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