Lucros da EDP descem 16% em 2024
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1º EDP: A empresa liderada por Miguel Stilwell mantém a liderança das marcas valiosas, com um valor de mercado de 2,4 mil milhões de euros, apesar de ter desvalorizado 4%.
Os lucros da EDP desceram 16% para 801 milhões em 2024, com a companhia a ser penalizada pelo cancelamento dos projetos eólicos da EDPR na Colômbia.
Já o resultado líquido recorrente subiu 8% à boleia do “forte desempenho da atividade de produção e gestão de energia em mercado e o aumento do contributoo das atividades de redes de eletricidade no Brasil, mais do que compensaram a redução do contributo” da EDPR.
A companhia destaca que o EBITDA recorrente superou os 5 mil milhões de euros (-1%) em linha com o previamente definido e que o resultado líquido recorrente atingiu os 1,4 mil milhões de euros, acima dos 1,3 mil milhões previstos.
Já o EBITDA proforma recuou 4% para os 4.800 milhões de euros.
A dívida líquida subiu 2% para os 15.565 milhões de euros.
O conselho de administração vai propor aos acionistas a subida do dividendo de 19,5 cêntimos para 20 cêntimos por ação, conforme já definido, representando um payout ratio de 60%, ficando no intervalo mínimo da meta prevista para 2024-26.
A companhia anunciou também um programa de recompra de ações próprias até 100 milhões de euros num período de três meses, dado o “bom desempenho consolidado de 2024, a decisão de abrandamento do plano de investimento e a atualização de expetativas de desempenho para 2025-2026.
O investimento operacional consolidado recuou 19% para 4.745 milhões de euros, com o investimento líquido de expansão a descer 29% para 2.836 milhões de euros.
Do Capex total, 39% destinou-se à América do Norte, 15% tanto para Brasil como para Portugal, 14% para o resto da Europa, e 12% para Espanha.
Por segmento, o EBITDA eólico/solar caiu 16% impactado por menos ganhos na rotação de ativos e a queda de 3% do preço médio de venda de eletricidade.
Já o EBITDA proforma da produção e comercialização na Ibéria e Brasil subiu 9%, à boleia da subida de 16% na produção hídrica em Portugal.
Já o EBITDA das redes de eletricidade subiu 7% com o aumento do consumo de eletricidade no Brasil.
EDP Renováveis com prejuízos de 550 milhões
A EDP Renováveis registou prejuízos de 556 milhões de euros em 2024 ao nível do resultado líquido não recorrente, com imparidades registadas na operação offshore nos EUA e pelo cancelamento da operação eólica onshore na Colômbia, anunciou a empresa na quarta-feira.
Em termos recorrentes, a companhia viu os lucros afundarem 57% para 221 milhões de euros, com o “desempenho operacional a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos vs. 2023 e maiores resultados financeiros”.
Perante os prejuízos, a companhia apresentou um plano para dar a volta por cima: nos próximos dois anos, o ritmo de novas centrais vai recuar para um total de 3,5 gigas, com o Capex a ficar nos 3 mil milhões de euros este ano e abaixo deste valor em 2026.
Em termos de rotação de ativos, o plano é vender mais de 2,5 gigas para encaixar mais de 3 mil milhões de euros em 2025/2026.
A companhia destacou o recorde de nova potência atingido em 2024: 3,8 gigas.
A companhia esclarece que foi impactada negativamente por items não recorrentes na ordem dos 777 milhões de euros relacionado com a “imparidade em offshore nos EUA, bem como pela decisão de não prosseguir com os investimentos restantes necessários para construir os projetos eólicos de 0,5 gigawatts na Colômbia, resultando num impacto total de 590 milhões de euros entre imparidades, provisões para garantias ainda a serem incorridas e impostos”.
Sobre os EUA acrescentou que a imparidade foi de 133 milhões de euros ao nível da EDPR devendo-se a uma “decisão preventiva da Ocean Winds”, o consórcio com a Engie, “nos negócios offshore nos EUA devido à incerteza em torno dos projetos offshore nos EUA após as ordens executivas presidenciais emitidas em 20 de janeiro”.
A companhia avançou que as receitas aumentaram 4% para 2.320 milhões com o aumento da produção de eletricidade a ser “parcialmente compensado por preços mais baixos”.
Já o EBITDA não recorrente caiu 16% para mais de 1.500 milhões, com as imparidades e provisões a subirem mais de 60% para mais de 1.500 milhões.
Sobre o dividendo, a companhia vai propor aos seus acionistas a “continuidade do programa de Scrip Dividend com um payout de 40%, o que implica uma proposta de dividendo de € 8 cêntimos por ação”.
A produção da EDPR subiu 6% em 2024 face a 2023, atingindo mais de 36 TWh. A maioria teve origem em energia eólica em terra (85%), com a energia solar fotovoltaica a pesar 15%. Em 2024, a nova potência solar foi responsável por quase 75% da nova capacidade.
A produção da EDP Renováveis (EDPR) nos EUA disparou 17% em 2024, alcançando mais de 18 mil GWh. Os EUA representaram 50% da eletricidade produzida pela EDPR no ano passado, totalizando 36 mil GWh.
Em termos de capacidade instalada, a EDPR conta com 44% da sua potência instalada nos EUA (8,4 gigawatts de 19,3 gigawatts no total), sendo a maioria eólica onshore (mais de 5,9 gigawatts) e solar (2,5 gigawatts).
jornaleconomico