A esquerda melancólica

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O filósofo italiano Franco (Bifo) Berardi, numa entrevista publicada neste jornal, declara que “a humanidade não sobreviverá a este século” e defende a “deserção” como única resposta possível. Walter Benjamin, em 1931, diagnosticou uma “melancolia de esquerda” que transformava a crítica social em pose estética — os intelectuais da burguesia esclarecida que se deleitavam com a sua lucidez sobre a deterioração do mundo, mas usavam essa clarividência como desculpa para a inação. Quase um século depois, Berardi constrói meticulosamente o seu próprio labirinto conceptual, para depois se declarar neste perdido para sempre.
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