'Médico das estrelas': quem é o cirurgião vascular de Rio Preto investigado em operação contra desvio de recursos do SUS
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Cirurgião vascular Gustavo Marcatto está entre os investigados da Polícia Federal em Rio Preto (SP) — Foto: Reprodução/Instagram
Com mais de 329 mil seguidores somente no Instagram, Marcatto tem 35 anos e já atendeu pacientes de 32 países no que se refere ao tratamento vascular. O médico tem nove anos de carreira e já trabalhou como plantonista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Rio Preto.
Marcatto é formado pela Unicastelo, que atualmente é chamada de Universidade Brasil, em Fernandópolis (SP), e fez residência em cirurgia geral na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp). Depois, se formou em cirurgia vascular pelo Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC) de Rio Preto. Ele é membro titular da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia (SBLMC).
Gustavo se tornou conhecido por utilizar o laser e tecnologias mais modernas para o tratamento estético das varizes e de vasos sanguíneos. Na clínica, já recebeu pacientes como a atriz Deborah Secco, a modelo Andressa Suíta, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, Helen Ganzarolli, Ticiane Pinheiro, Ana Hickmann, Luciana Gimenez e Adriane Galisteu.
O cirurgião vascular compartilha diariamente em seus stories os resultados de procedimentos feitos em pacientes.
A reportagem tenta contato com a defesa do médico, que não retornou aos questionamentos até a última atualização da matéria.
'Médico das estrelas', Gustavo Marcatto atende famosos em clínica em Rio Preto (SP) — Foto: Reprodução/Instagram
PF apreende carros de luxo, joias e armas em operação contra desvio milionário do SUS — Foto: Polícia Federal
No total, foram cumpridos quatro mandados em Rio Preto, além de sequestro de bens no valor de R$ 5 milhões de cada uma das pessoas envolvidas.
Os investigados foram afastados das funções públicas e não podem contratar com o poder público. Ainda foram apreendidos veículos, armas, motos de alto valor e pedras preciosas.
Funcionários públicos foram afastados, dentre os quais se encontra o atual secretário de Saúde de Selvíria (MS), que foi exonerado. Em nota, a prefeitura disse que não foi cientificada da operação, e que desconhece os fatos e os desdobramentos.
Com as investigações, a Polícia Federal identificou indícios de inexecução contratual, assim como superfaturamento e sobrepreço na Ata de Registro de Preço (ARP) e nos respectivos contratos administrativos.
Identificou, também, a existência de múltiplos contratos administrativos, alguns deles sem publicação nos sites de transparência, contendo objetos idênticos, vigência simultânea e mesmas partes contratantes, de modo a ocasionar uma multiplicidade de pagamentos por um mesmo procedimento cirúrgico e serviço médico contratado.
Além disso, verificou-se que uma das clínicas médicas contratadas não existia de fato. Dos 13 mandados de busca e apreensão, seis foram cumpridos em Selvíria (MS), três em Aparecida do Taboado (MS) e quatro em São José do Rio Preto.
O nome da operação faz referência à ausência de vestígios/rastro que os procedimentos cirúrgicos contratados deveriam deixar, como seus prontuários médicos e utilização de "sala suja" hospitalar, mas que, no caso, não deixaram, diante da reiterada inexecução contratual atestada por auditorias e inspeções técnicas.
Ao final das investigações, os envolvidos podem ser responsabilizados pelos crimes de peculato apropriação e desvio, fraude em procedimento licitatório, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas somadas podem variar de dez a 33 anos de prisão.
Operação da Polícia Federal cumpre mandados em Rio Preto (SP) — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Polícia cumpre mandados em Rio Preto (SP) — Foto: Polícia Federal/Divulgação
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