“Sem diversidade faltam muitos”: hospitais mostram como seria a Alemanha sem trabalhadores imigrantes
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Uma escadaria cheia de profissionais de saúde e uma pergunta: “Como seria a Alemanha sem imigrantes?”. É assim que começam os vídeos que andam a circular pelas redes sociais na Alemanha. A mesma escadaria agora quase vazia é a resposta.
A imigração, ou no caso a “remigração”, foi um dos principais tópicos discutidos durante a campanha para as eleições legislativas de 2025. A Alemanha recebeu mais de 1,9 milhões de imigrantes em 2023, segundo dados do último Relatório Migratório divulgado pelo país.
A AfD (Alternativa para a Alemanha) conduziu a narrativa da expulsão de imigrantes e pessoas de outras culturas. Foi assim que o partido de extrema-direita introduziu o termo “remigração”, referindo-se à expulsão de imigrantes ilegais por meios legais. O termo é utilizado frequentemente nos círculos de extrema-direita para a expulsão de cidadãos estrangeiros.
No entanto, a falta de trabalhadores imigrantes teria um custo para a economia e serviços do país — é para isto que alertam os vídeos que surgiram entre trabalhadores da área da saúde, especialmente dependente de trabalhadores imigrantes.
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Em 2024, a Alemanha aderiu ao Cartão Azul da UE, que pretende facilitar a entrada de trabalhadores altamente qualificados no país. Entre os profissionais que têm direito a este visto, estão médicos, enfermeiros e cuidadores de idosos e pessoas com deficiência.
Cerca de 15% dos médicos e enfermeiros na Alemanha têm nacionalidade estrangeira e representam uma parte essencial para o funcionamento de hospitais, lares e consultórios médicos, diz o relatório apresentado por sete hospitais alemães. “Os especialistas imigrantes são indispensáveis, especialmente nas zonas rurais, para garantir cuidados básicos.”, relembra.
“Os debates políticos sobre 'remigração' e 'deportações em massa' estão a contribuir para a incerteza e a levar muitos colegas estrangeiros a questionar o seu futuro. Esta perda de trabalhadores qualificados seria devastadora para o nosso sistema de saúde”, explica o relatório.
“O nosso hospital é um local onde pessoas de diferentes origens, cor de pele, religião e género se juntam para salvar vidas. Pertencemos uns aos outros e precisamos uns dos outros!”, escreveu uma clínica que aderiu à tendência, ainda a apelar para o voto consciente no que diz respeito às políticas migratórias de cada partido.
@klinikumdarmstadt Unser Klinikum ist ein Ort, an dem Menschen unterschiedlichster Herkunft, Hautfarbe, Religion und Geschlecht zusammenkommen und gemeinsam Leben retten. Wir gehören zusammen und wir brauchen einander! Wenn du am 23.02. wählen gehst, wähle Menschlichkeit ! ?? #vielfalt #bunt #menschlichkeit #wahl #bundestagswahl ? Experience - Ludovico Einaudi
Segundo o Observatório da Emigração, estrutura técnica e de investigação independente integrada no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Iscte, em 2023 havia cerca de 140 mil portugueses a residir na Alemanha.
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