Chefe do Centro de Ciências Copernicus: nem todos sabem por que o dinheiro é gasto em pesquisa espacial

Não é óbvio para o público em geral por que a pesquisa espacial está sendo conduzida e por que grandes somas de dinheiro estão sendo gastas no voo de um astronauta polonês, disse Robert Firmhofer, diretor do Centro Científico Copernicus. É por isso que ele deposita grandes esperanças nas atividades de divulgação de Sławosz Uznański-Wiśniewski.

O astronauta polonês Sławosz Uznański-Wiśniewski e a tripulação da Ax-4 serão lançados em breve para a Estação Espacial Internacional como parte da missão tecnológica e científica polonesa IGNIS.

O PAP perguntou ao diretor do Centro de Ciências Copernicus de onde vêm - na sua opinião - os comentários na Internet que chamam os custos das missões espaciais de caprichos e descrevem a contribuição financeira da Polônia para a Agência Espacial Europeia (graças à qual a missão é realizada) como desnecessária.

"Na minha opinião, as pessoas simplesmente querem saber por que uma quantia tão grande de dinheiro é gasta no voo de um astronauta polonês. E para o público em geral, não é realmente óbvio para que serve a pesquisa espacial", disse o diretor do Centro de Ciências Copernicus.

Ele acrescentou que o próprio Sławosz Uznański-Wiśniewski também sabe disso, daí seu forte envolvimento em atividades educacionais e de popularização.

"Sławosz fala muito sobre isso em suas reuniões e estou convencido de que, após seu retorno, alcançará sucesso na divulgação. Pesquisas mostram que o espaço abre a mente e o coração dos jovens e pode ser uma ótima maneira de despertar o interesse dos estudantes em ciências naturais e engenharia. Da nossa perspectiva – a comunidade de divulgadores e educadores – esse campo de atuação é ainda mais importante do que a parte de pesquisa, com 13 experimentos poloneses realizados na Estação Espacial Internacional", avaliou.

Robert Firmhofer também disse que os astronautas visitam regularmente o Centro Espacial da NASA em Houston, onde ele esteve diversas vezes.

Eles são incrivelmente admirados lá, até mesmo tratados pelos visitantes como heróis – pessoas que quebraram barreiras incríveis. É por isso que seus testemunhos são tão importantes. Como embaixadores da ciência e da tecnologia, eles são os melhores em explicar por que as expedições espaciais são realizadas, o que temos graças a elas e como isso afeta nossa vida cotidiana. Não se trata do futuro, quando colonizarmos Marte e levarmos uma vida utópica lá, mas de coisas muito específicas, incluindo todas as tecnologias de satélite, pesquisas sobre nossa saúde e novos materiais. Embora esse esforço e esses custos muitas vezes pareçam irracionais no início, no final todos nós nos beneficiamos dos efeitos – aqui, na Terra", concluiu.

Como parte da missão Ax-4 – que, segundo os últimos anúncios, pode ocorrer em 22 de junho – uma tripulação de quatro pessoas voará para a Estação Espacial Internacional: Peggy Whitson (EUA), Sławosz Uznański-Wiśniewski (Polônia/ESA), Shubhanshu Shukla (Índia) e Tibor Kapu (Hungria). O Dr. Uznański-Wiśniewski será o segundo polonês no espaço, depois de Mirosław Hermaszewski, e o primeiro na ISS. (PAP)

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