Um curativo em vez de uma biópsia: nova tecnologia ajuda a detectar melanoma em casa

Pesquisadores da Universidade de Michigan desenvolveram um novo teste para detectar melanoma que pode ser realizado em casa — sem necessidade de sangue, dor ou biópsia. O ExoPatch é um adesivo de silicone com agulhas microscópicas que captura marcadores tumorais diretamente da pele. A tecnologia identificou com sucesso o melanoma em camundongos e tem o potencial de revolucionar o diagnóstico precoce do câncer de pele.
Imagine um teste de câncer de pele que funciona como um teste caseiro de COVID: um adesivo, 15 minutos e uma tira de teste com o resultado. Trata-se do ExoPatch, uma nova tecnologia desenvolvida por cientistas da Universidade de Michigan que pode, eventualmente, substituir biópsias no diagnóstico de melanoma.
O adesivo é equipado com agulhas microscópicas em formato de estrela que penetram apenas na epiderme, sem danificar os vasos sanguíneos.
"As agulhas têm apenas 0,6 mm de comprimento e menos de 100 nanômetros de largura na ponta. Isso as torna praticamente indolores", afirma a professora Sunitha Nagrath, coautora do estudo.
As agulhas são revestidas com um gel especial contendo a proteína Anexina V, que atrai e retém exossomos — pequenos "pacotes" informativos secretados pelas células. Historicamente considerados detritos celulares, agora se sabe que contêm DNA e RNA e podem alertar outros tecidos sobre a iminência de um câncer.
Após a remoção do adesivo, ele é imerso em ácido, que dissolve o gel e libera os exossomos na solução. Uma tira de teste é então mergulhada – uma linha indica a ausência de melanoma, duas linhas indicam sua presença.
Até o momento, o ExoPatch foi testado em amostras de pele de porcos e camundongos com um fragmento de tumor de melanoma humano. Os resultados? Mais de 11 vezes mais proteína exossomal foi recuperada do tecido canceroso do que do tecido saudável. A linha na tira de teste era 3,5 vezes mais escura na amostra de melanoma.
"Este é o primeiro adesivo que captura exossomos específicos de doenças diretamente sob a pele. Essa tecnologia pode ter muitas outras aplicações", afirma o Professor Nagrath.
O próximo passo são os estudos piloto com participantes humanos. A equipe espera que o ExoPatch possa ser adaptado no futuro para detectar exossomos em outros tipos de câncer, incluindo pulmão, mama, cólon, próstata e cérebro.
Pessoas com pele clara e muitas pintas precisam fazer uma biópsia a cada seis meses para verificar se as lesões são malignas. Este teste pode ser decisivo. O resultado obtido em casa pode ser um sinal rápido para consultar um dermatologista", enfatiza o Professor Nagrath.
Se o teste for aprovado nos testes clínicos, o melanoma poderá ser detectado sem dor, sangue ou medo – no conforto da sua casa.
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