Cientista da Universidade Jaguelônica: indicar a localização da violência histórica influencia a atribuição de responsabilidade por ela

Identificar o local onde a violência histórica ocorreu influencia significativamente a quem atribuímos responsabilidade por ela, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Dr. Lucas B. Mazur da Universidade Jagiellonian.
Segundo o cientista, termos geográficos específicos podem moldar a culpa coletiva e criar narrativas sociais duradouras em torno de eventos históricos difíceis.
Conforme anunciado na segunda-feira pela assessoria de imprensa da Universidade Jaguelônica, os resultados da pesquisa de um cientista do Instituto de Pedagogia da Faculdade de Filosofia da Universidade Jaguelônica foram publicados em Group Processes & Intergroup Relations.
Em seu trabalho, o Dr. Lucas B. Mazur examinou como o local de eventos violentos influencia as avaliações de responsabilidade coletiva. Em quatro estudos envolvendo mais de 800 pessoas de ascendência alemã, ele analisou como a percepção do local onde a violência ocorreu influencia o senso de responsabilidade por ela. Ele também examinou se esses efeitos persistem ao longo do tempo e se se espalham para outras pessoas por meio do boca a boca, tornando-se assim parte das narrativas sociais criadas em torno da violência histórica.
Nos dois primeiros estudos, participantes alemães receberam uma breve nota sobre um guarda da Segunda Guerra Mundial. Dependendo do grupo, o campo de concentração foi descrito como alemão, polonês, ucraniano ou sem qualquer indicação de nacionalidade. O local onde a violência descrita ocorreu influenciou as avaliações dos participantes sobre a responsabilidade coletiva pelos eventos. Os avaliadores atribuíram maior responsabilidade à nação cujo nome foi usado na descrição geográfica.
Em outro estudo, os participantes foram informados de que leriam a história de um homem que serviu aos nazistas. Em uma versão, ele vivia em Lublin, Polônia, e na outra, em Linz, Áustria. Todos os outros detalhes da história eram idênticos. Nessa situação, aqueles que leram a versão "polonesa" também atribuíram maior responsabilidade aos poloneses, enquanto aqueles que leram a versão "austríaca" atribuíram maior responsabilidade aos austríacos.
Apesar do nível relativamente alto de educação histórica na Alemanha sobre o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial, o enquadramento geopolítico ainda influencia a percepção da responsabilidade coletiva pela violência nazista, o que é um exemplo particularmente marcante desse efeito.
Segundo ele, a próxima parte do estudo mostrou que o efeito da atribuição de responsabilidade persistiu ao longo do tempo. Após vários dias, os avaliadores continuaram a atribuir mais responsabilidade à nação dentro de cujas fronteiras a história estava inserida.
Também analisamos se o efeito se transfere para outras pessoas que ouvem a história em segunda mão. "Encontramos correlações positivas entre as avaliações de responsabilidade feitas pela pessoa que conta a história e as avaliações feitas pela pessoa que lê a história", observou o pesquisador.
Segundo ele, o estudo mostra que a linguagem usada em conversas sobre história tem significado político e social, e mesmo uma pequena mudança na formulação pode influenciar se nos sentimos responsáveis por ações passadas. "Jornalistas, educadores e curadores de museus devem, portanto, ter cuidado ao situar eventos históricos", concluiu o Dr. Mazur. (PAP)
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