Especialistas: Cerca de 50% dos pacientes com câncer de pulmão têm mais de 70 anos e requerem terapia mais segura

Cerca de metade dos pacientes com câncer de pulmão têm mais de 70 anos e apresentam comorbidades, lembram especialistas no Dia Mundial do Câncer de Pulmão, comemorado em 1º de agosto. Esses pacientes frequentemente apresentam contraindicações à quimioterapia e requerem um tratamento mais seguro, enfatizam.
O câncer de pulmão continua sendo a principal causa de mortes relacionadas ao câncer entre homens e mulheres. O número de casos aumenta a cada ano. Dados do Registro Nacional de Câncer mostram que 22.000 pessoas são diagnosticadas com a doença a cada ano, e as previsões sugerem que esse número pode aumentar para 23.500 até 2025.
Quase 80% dos pacientes são diagnosticados com câncer de pulmão de células não pequenas, dos quais 76% estão em estágios avançados da doença.
"Pacientes idosos constituem um grupo especial de pacientes. Estima-se que pessoas com mais de 70 anos representem aproximadamente 50% de todos os pacientes com câncer de pulmão. Ao mesmo tempo, este é um grupo extremamente diverso de pacientes – alguns pacientes apresentam fragilidade, comprometimento cognitivo e limitação da função orgânica. A elegibilidade para tratamento de pacientes idosos deve levar essas diferenças em consideração", observou a Dra. Magdalena Knetki-Wróblewska, presidente da Seção de Oncologia Geriátrica da Sociedade Polonesa de Oncologia Clínica, citada em um comunicado à imprensa enviado à PAP.
Pacientes idosos com câncer de pulmão sofrem de diversas doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, diabetes, DPOC e doença renal. A redução da função física e a alta sensibilidade à toxicidade da quimioterapia tornam muitos deles inelegíveis para o tratamento padrão.
Aleksandra Wilk, diretora da Seção de Câncer de Pulmão da Fundação To się Leczy, enfatizou que idosos com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado frequentemente apresentam contraindicações à quimioterapia dupla à base de platina. Portanto, a quimioterapia com um único fármaco é atualmente a mais utilizada nesse grupo de pacientes. "A eficácia desse tratamento é limitada, pois os efeitos colaterais da quimioterapia podem ser onerosos para o paciente, resultando em redução da qualidade de vida e mau prognóstico", explicou.
A esperança para idosos com câncer de pulmão de células não pequenas avançado reside na imunoterapia usada isoladamente (como monoterapia). "A imunoterapia tem sido uma opção de tratamento valiosa para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado há vários anos. Em alguns pacientes, ela permite o controle da doença a longo prazo", enfatizou a Dra. Knetki-Wróblewska. Ela acrescentou que seu perfil de segurança é diferente do da quimioterapia. Principalmente, está associada a um menor risco de exacerbação de insuficiência renal crônica ou doença cardiovascular coexistentes.
Atualmente, na Polônia, a imunoterapia isolada pode ser usada para tratar pacientes com câncer de pulmão cujas células tumorais expressam a proteína PD-L1 em pelo menos 50% das células. Pacientes cujas células tumorais expressam PD-L1 em menos de 50% das células só podem ser tratados com imunoterapia em combinação com quimioterapia.
A Dra. Knetki-Wróblewska lembrou que os resultados de um estudo foram publicados em 2023. Este estudo incluiu, entre outros, pacientes com câncer de pulmão com mais de 70 anos de idade em ótimo estado geral, com comorbidades significativas ou contraindicações à quimioterapia à base de platina. Os pacientes eram elegíveis para imunoterapia (com um medicamento imunocompetente chamado atezolizumabe), independentemente da presença da proteína PD-L1 em suas células cancerígenas.
"Após dois anos de acompanhamento, a taxa de sobrevida dos pacientes tratados com atezolizumabe foi quase o dobro da da quimioterapia padrão com agente único", enfatizou a Dra. Knetki-Wróblewska. Portanto, em sua opinião, expandir as indicações para incluir a monoterapia em casos de contraindicações à quimioterapia permitiria uma abordagem terapêutica mais individualizada.
"Uma vantagem adicional do atezolizumabe é a possibilidade de administrá-lo como uma injeção subcutânea curta, o que é crucial para pacientes idosos com acesso intravenoso difícil", acrescentou o especialista. O atezolizumabe subcutâneo já é reembolsado na Polônia.
Wilk afirmou que os idosos devem receber proteção especial do sistema de saúde. "Eles ainda são marido, esposa, pai, mãe, avô, avó, irmão ou irmã de alguém que trabalhou e contribuiu para o seguro saúde a vida toda", disse ela. Ela acrescentou que a falta de tratamento reembolsado, eficaz e seguro significa um prognóstico pior para esse grupo de pacientes.
"No Dia Mundial do Câncer de Pulmão, vale destacar que os resultados do tratamento do câncer de pulmão na Polônia têm potencial para melhorar. O programa de medicamentos inclui um número crescente de terapias modernas, tanto para pacientes submetidos a cirurgia, quanto para aqueles submetidos a radioquimioterapia e aqueles elegíveis para tratamento de câncer de pulmão metastático", observou a Dra. Knetki-Wróblewska.
No entanto, ela afirmou que a coordenação do processo diagnóstico e terapêutico precisa ser aprimorada. "Também vale ressaltar que a detecção precoce do câncer de pulmão aumenta a chance de cura, e é por isso que programas de detecção precoce do câncer de pulmão estão sendo conduzidos, utilizando tomografia computadorizada de baixa dose", concluiu a oncologista. (PAP)
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