A interrupção do Microsoft Azure revela a dura realidade das falhas na nuvem.

A plataforma de nuvem Azure da Microsoft , seus serviços amplamente utilizados do Office 365 , o Xbox e o Minecraft começaram a sofrer interrupções por volta do meio-dia, horário do leste dos EUA, na quarta-feira, resultado do que a Microsoft descreveu como "uma alteração de configuração inadvertida". O incidente — que marca a segunda grande interrupção de um provedor de nuvem em menos de duas semanas — destaca a instabilidade de uma internet construída em grande parte sobre uma infraestrutura controlada por algumas gigantes da tecnologia.

Os problemas da Microsoft originaram-se especificamente da rede de distribuição de conteúdo Front Door do Azure e surgiram poucas horas antes do anúncio dos resultados financeiros da empresa. O site da Microsoft, incluindo a página de relações com investidores, ainda estava fora do ar na tarde de quarta-feira, e a página de status do Azure , onde a Microsoft fornece atualizações, também apresentava problemas intermitentes.

Em atualizações de status divulgadas na quarta-feira, a Microsoft descreveu que passou por um processo de reversão sequencial das versões recentes de seu ambiente até identificar a última configuração estável conhecida. Às 15h01 (horário do leste dos EUA), a empresa informou ter identificado e implementado essa configuração estável e que "os clientes podem começar a observar os primeiros sinais de recuperação. Atualmente, estamos recuperando nós e roteando o tráfego por meio de nós íntegros."

Um porta-voz da Microsoft afirmou em comunicado: “Estamos trabalhando para resolver um problema que afeta o Azure Front Door e que está impactando a disponibilidade de alguns serviços. Os clientes devem continuar verificando seus Alertas de Integridade do Serviço.” A empresa não respondeu imediatamente às perguntas da WIRED sobre a natureza da alteração de configuração que causou a interrupção.

Além de ocorrer no dia da divulgação dos resultados da Microsoft, a interrupção acontece nove dias depois de a Amazon Web Services, concorrente da Azure, ter sofrido uma interrupção massiva que afetou sites e serviços em todo o mundo. Os principais provedores de nuvem, frequentemente chamados de "hiperescaladores", padronizam e muitas vezes aprimoram a segurança e a confiabilidade básicas para seus clientes, mas problemas e interrupções podem transformá-los em pontos únicos de falha para grandes conjuntos de serviços digitais críticos.

“Até a página de status de indisponibilidade do Azure está fora do ar”, diz Davi Ottenheimer, gerente de operações de segurança e conformidade de longa data e vice-presidente da empresa de infraestrutura de dados Inrupt. “Mais um erro de alteração de configuração — estamos na era das violações de integridade, mais do que nunca.”

A Azure bloqueou a possibilidade de os clientes fazerem alterações de configuração em suas instâncias enquanto trabalhava para resolver o problema. A empresa informou, em uma atualização de status às 15h22 (horário do leste dos EUA), que espera a "mitigação completa" da situação até as 19h20 (horário do leste dos EUA).

“As organizações podem pensar que estão protegidas pela escolha do provedor de nuvem, mas as dependências são mais profundas”, afirma Munish Walther-Puri, professor adjunto da IANS Research e ex-diretor de risco cibernético da cidade de Nova York. “Quando parceiros importantes dependem de outros hiperescaladores, a exposição se multiplica. À medida que a IA se torna a próxima camada da infraestrutura crítica, essas interrupções demonstram a fragilidade de nossa espinha dorsal digital.”