Fortes críticas das operadoras de celular, que pedem revisão do processo licitatório do 5G no Paraguai.

O processo de licitação das frequências 5G no Paraguai foi duramente criticado pelas principais operadoras de telefonia móvel, que exigiram uma mudança nas condições de participação na competição lançada pelo governo de Santiago Peña.
A Telecom Personal e a Millicom questionaram a falta de regras claras e a participação de empresas sem histórico no setor durante reunião realizada pela Certal em Assunção, capital do Paraguai.
"O Paraguai alterou as regras do leilão de 5G, uma tecnologia que acelera a competitividade. Isso impediu que quase 80% dos clientes de telefonia móvel do país participassem da licitação para acessar essa tecnologia. O processo ainda não foi concluído, por isso acreditamos que precisa ser verificado. Estamos abertos a colaborar, construir e revisar aspectos do processo de leilão de 5G", disse Hernán Colombo, Gerente de Regulação e Negócios de Atacado da Telecom.
Ele acrescentou: "Um dos selecionados nem sequer atende aos requisitos de elegibilidade para fornecer um serviço da complexidade e importância técnica do 5G."
Os únicos licitantes para o leilão 5G foram a Claro e a Nubicom, uma pequena provedora de internet de Salta que não tem experiência em telefonia celular e não está legalmente constituída no Paraguai.
A Comissão Nacional de Telecomunicações atribuiu 200 megahertz (MHz) a cada uma dessas duas operadoras na frequência de 3,5 gigahertz (GHz). Ambas as empresas fizeram um depósito de US$ 1,4 milhão e têm 60 dias para pagar os compromissos restantes, bem como para apresentar todos os documentos necessários que comprovem sua capacidade de realizar os investimentos multimilionários necessários para fornecer serviços de telefonia móvel 5G.
No entanto, a Tigo, maior operadora de telefonia móvel do Paraguai, pertencente à operadora regional Millicom, também exigiu que o processo de concessão dessas frequências 5G fosse suspenso.
"Estamos confiantes de que encontraremos uma solução que nos permitirá continuar avançando como sociedade e como indústria, para finalmente avançarmos com a revolução digital. É fundamental que tudo isso seja resolvido de forma razoável para que o serviço seja acessível a toda a população", disse Aldo Natalizia, Diretor de Assuntos Regulatórios da Millicom, cuja empresa adquiriu a Movistar, subsidiária uruguaia da Telefónica, em maio passado por US$ 440 milhões.
Executivos de telecomunicações e da Millicom pediram regras claras e neutralidade tecnológica, já que o órgão regulador do Paraguai está bloqueando a inclusão de tecnologia chinesa, apesar de Huawei e ZTE serem as principais fornecedoras de tecnologia 5G. A lei também inclui requisitos de segurança não encontrados em outros processos licitatórios na região.
Por isso, as principais operadoras de telecomunicações do Paraguai pediram uma revisão do processo de licitação para que toda a sociedade possa usufruir dos benefícios do 5G, sem posições ideológicas radicalizadas que impeçam a incorporação de novas tecnologias de comunicação.
Clarin