Microsoft retorna ao pódio com IA

Poucas semanas após a Nvidia ultrapassar a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado, a Microsoft está igualando a aposta. Em ambos os casos, graças à inteligência artificial, na qual investiram pesadamente e que a está impulsionando para o topo do ranking de Wall Street. O impulso também se estende à Meta (Facebook), que se aproxima dos US$ 2 trilhões, um patamar já superado pelo Google e pela Amazon.
Juntas, Microsoft, Google, Amazon e Meta anunciaram investimentos no valor de US$ 400 bilhões este ano na construção de infraestrutura de IA. Um valor impressionante que, como apontaram os Estados Unidos, excede os gastos de defesa da União Europeia em 2024.
O forte compromisso das grandes empresas de tecnologia com a inteligência artificial levantou dúvidas sobre se os mercados a considerariam viável. Agora está claro que sim, embora alguns especialistas alertem sobre a exposição excessiva do mercado de ações aos milagres da IA e sugiram que uma nova bolha tecnológica pode estar se formando. Esta não é a opinião do CEO da Microsoft, Satya Nadella, para quem "a nuvem e a inteligência artificial são a força motriz da transformação dos negócios em todos os setores e indústrias", como enfatizou na última quarta-feira durante a apresentação de resultados da empresa.
Bolha tecnológica? A Microsoft está investindo pesado em inteligência artificial e seu mercado de ações está subindo, apesar dos temores de uma supervalorização perigosa.Em seus 50 anos de história, a Microsoft se reinventou para permanecer no topo da tecnologia com seu sistema operacional Windows, ativo em mais de 1 bilhão de dispositivos, segundo a empresa, e se tornou onipresente com suas ferramentas de negócios, hardware e jogos. Agora, sua unidade de computação em nuvem é a que mais cresce. De acordo com os últimos resultados apresentados, o Azure, seu maior negócio de computação em nuvem, atingiu uma receita de US$ 75 bilhões, representando um crescimento de 34%. Assim, a empresa está se aproximando rapidamente de sua principal concorrente nesse setor, a Amazon Web Services, que faturou US$ 107 bilhões no ano passado.
A Microsoft atingiu uma avaliação de US$ 4 bilhões esta semana.
Bruna Casas / ReutersCom sede em Redmond, Washington, a Microsoft foi fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen em Albuquerque, Novo México. Gates negociou rapidamente os direitos de licenciamento para seu sistema operacional e cresceu rapidamente com sua introdução nos computadores pessoais da IBM, que eram muito populares na época. Seu domínio de mercado cresceu graças ao Windows e a empresa conseguiu resistir e sobreviver aos principais processos antitruste da década de 2000. Na década de 2010, investiu pesadamente em infraestrutura de nuvem, transformando sua divisão de nuvem Azure em uma rival cada vez mais competitiva da Amazon Web Services.
A corrida pela IA está claramente beneficiando as principais empresas de tecnologia dos EUA, e seus grandes investimentos não as estão penalizando no mercado de ações — muito pelo contrário. A Microsoft anunciou esta semana que está dobrando a aposta e investirá um recorde de US$ 30 bilhões neste trimestre. A empresa também revelou que o Copilot, seu chatbot inteligente, já conta com cerca de 100 milhões de usuários ativos mensais, embora cerca de 800 milhões interajam com essa ferramenta por meio de seu império de software.
Chefe Executivo “A nuvem e a IA estão impulsionando a transformação em todos os setores”, diz Satya Nadella.Os fortes resultados da empresa contribuíram para sua ascensão no mercado de ações. Nadella anunciou um lucro de US$ 101,8 bilhões no ano fiscal, um aumento de 15%, bem acima das expectativas dos analistas. A receita da empresa atingiu US$ 281,7 bilhões, também um aumento de 15%.
A Meta, por sua vez, seguiu os passos da Microsoft e aposta fortemente em inteligência artificial. A dona do Facebook, WhatsApp e Instagram anunciou um aumento de 36% nos lucros no primeiro semestre do ano, atingindo US$ 35 bilhões. A empresa de Mark Zuckerberg viu a receita atingir US$ 90 bilhões nesse período, um aumento de 20% em relação ao primeiro semestre de 2024.
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