Suspensão provisória concedida para impedir derrubada da centenária árvore Laureano

CIDADE DO MÉXICO (apro).- Após críticas e reivindicações de moradores do movimento "Salve Laureano", um juiz federal concedeu uma suspensão provisória para impedir a derrubada da árvore centenária, sua remoção ou seu replantio no bairro Benito Juárez, informou a porta-voz do bairro, Patricia Solano.
Em 6 de junho, moradores locais bloquearam as ruas Fresas e Miguel Laurent, no bairro Tlacoquemécatl del Valle, para protestar contra a construção de um projeto imobiliário da empresa Núcleo Urbano.
Vizinhos reclamaram que galhos de árvores estavam invadindo o imóvel localizado na Rua Miguel Laurent, 48, onde a obra está sendo realizada, e podem ser afetados.
A "Laureano" tem pelo menos 30 metros de altura. Seus galhos e folhas se estendem por 10 a 12 metros de comprimento; suas raízes também se estendem por baixo da propriedade onde está sendo planejado um prédio de apartamentos, avaliado em até sete milhões de pesos cada.
Após protestos e reclamações nas redes sociais, o juiz emitiu uma decisão determinando que a prefeita, Clara Brugada; o Ministério do Meio Ambiente (Sedema); a Direção Geral de Avaliação de Impacto Ambiental e Regulação (Dgeira); e o prefeito Luis Mendoza da BJ (Região da Capital Boliviana) garantam a proteção e a conservação da árvore e de suas raízes, disse Solano.
"Já conseguimos a suspensão provisória para proteger 'Laureano', isso é fabuloso. Sim, como eu disse, estávamos confiantes de que receberíamos essa decisão do tribunal esta semana, e isso nos deixa muito, muito felizes. (...) Ao cuidar do nosso meio ambiente, podemos ser ouvidos e, obviamente, queremos agradecer a todas as pessoas que confiaram em nós como vizinhos", disse ele.
A decisão do juiz e a liminar, que permanecem em vigor até que seja concedida a suspensão definitiva, exigem que as autoridades garantam a preservação do rio "Laureano", pois a não observância disso causará danos irreparáveis ao meio ambiente.
“Festa Laurenao”Após o anúncio do progresso na defesa de "Laureno", Solano convocou o público para comparecer ao "Laureno Fest" no próximo sábado, 21 de junho:
"Estamos convocando os moradores para nos encontrarmos no sábado às 10h para o 'Laureano Fest', para que possamos continuar nossa luta pacífica, como estabelecemos desde o início (...) pacificamente, sem discussões e com o apoio de todos os envolvidos."
A construção de complexos habitacionais, a construção de novos shoppings e vários projetos imobiliários na Cidade do México levaram à derrubada de mais de 1.600 árvores, bem como à perda ou danos a áreas verdes.
A organização de moradores Frente de Defesa dos Direitos dos Povos e Bairros de Anáhuac informou que, de 2019 a 2024, 50 projetos imobiliários foram responsáveis pela perda de espaços verdes e de diversas espécies de árvores que deveriam ser protegidas pelas autoridades ambientais, que autorizaram o corte de madeira para os projetos.
A comunidade de especialistas e defensores do meio ambiente reiterou a importância cultural e natural das árvores para os cidadãos.
Eles também denunciaram que programas de reflorestamento como o "Desafio Verde" da Sedema se concentram apenas no plantio de árvores, não no cuidado ou na sobrevivência delas.
Algumas das consequências do corte de árvores são:
- Redução de sombra: necessária para as fortes ondas de calor que se intensificaram nos últimos anos.
- Risco ao bem-estar das pessoas e ao patrimônio natural do país.
- Aceleração da perda de solo, fauna, flora e biodiversidade.
- Isso leva à desertificação e à escassez de água.
proceso