Foi assim que Hernán Bermúdez Requena foi preso no Paraguai: com dinheiro, vinho e joias.
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A queda do ex-secretário de Segurança Pública de Tabasco, Hernán Bermúdez Requena, não ocorreu no sigilo de um esconderijo improvisado, mas em uma confortável residência no Paraguai. Imagens da operação mostram em detalhes como o homem acusado de ser o suposto líder de La Barredora , uma organização criminosa ligada à extorsão e ao sequestro relâmpago, foi capturado.


A prisão ocorreu na noite de 12 de setembro de 2025, em uma casa de dois andares protegida por muros e câmeras de vigilância. Policiais armados da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai , em coordenação com a Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã (SSPC) do México e o Centro Nacional de Inteligência (CNI), entraram na propriedade enquanto outros cercavam a estrada de terra em frente à propriedade.
Nos vídeos, Bermúdez pode ser visto vestindo calças de moletom bege e visivelmente perplexo, sentado em uma poltrona enquanto agentes lhe mostram documentos oficiais. Um soldado com um fuzil monta guarda a poucos centímetros de distância.
O seguradoAs fotografias da apreensão revelam uma cena que mistura luxo, dinheiro e vida cotidiana . Na mesa da sala de estar, os agentes colocaram maços de notas de 100 dólares e guaranis paraguaios, além de moedas mexicanas. Cartões bancários, documentos de identidade e envelopes amarelos com bilhetes escritos à mão estavam dispostos ao lado.
Pulseiras de ouro, colares de pérolas, pedras semipreciosas e braceletes também foram encontrados em bolsas de veludo preto. Em outra parte da casa, foram encontrados um carrinho de madeira com copos de cristal, uma garrafa de espumante italiano e uma caixa de som portátil Bose.
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O terreno da residência incluía um jardim com piscina iluminada, reforçando a imagem de uma vida confortável durante sua estadia no país sul-americano.
Contexto judicialBermúdez tinha um mandado de prisão expedido no México desde fevereiro de 2025 por associação criminosa, extorsão e sequestro. Em julho, a Interpol emitiu um alerta vermelho autorizando sua busca internacional. Segundo as autoridades, após meses de trabalho de inteligência, ele foi localizado no Paraguai, país que colaborou com as forças mexicanas para sua prisão e posterior extradição.
RepercussõesA prisão de Hernán Bermúdez abalou não apenas o setor de segurança, mas também a esfera política. O ex-oficial era próximo do grupo de Adán Augusto López, e sua captura expõe laços delicados entre autoridades públicas e estruturas do crime organizado.
Agora, enquanto enfrenta a justiça, as imagens de sua captura servem como um testemunho gráfico de como um homem que ocupava uma posição de alto escalão em Tabasco acabou se rendendo em um país estrangeiro, cercado de joias, dinheiro e vinho.
A prisão de Hernán Bermúdez Requena representa um golpe simbólico e operacional significativo para as autoridades mexicanas.
Bermúdez Requena foi chefe da Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã de Tabasco de 2019 a 2022, sob a administração de Adán Augusto López Hernández, agora senador.
O grupo criminoso "La Barredora", do qual ele é suposto líder, surgiu inicialmente como uma cisão do cartel Beltrán Leyva na área de Acapulco, em Guerrero, mas nos últimos anos expandiu suas operações para o sudeste do México, especialmente em Tabasco, Chiapas e Campeche, onde crimes de extorsão, sequestro rápido e tráfico de pessoas foram documentados.
Em relação ao mandado de prisão, o Registro Nacional de Prisões e a Procuradoria-Geral da República (FGR) confirmam que ele foi expedido em fevereiro de 2025, após uma investigação iniciada por denúncias de empresários locais que alegavam uma rede de extorsão supostamente protegida por policiais estaduais de alta patente. A Interpol publicou oficialmente o alerta vermelho em 11 de julho de 2025, permitindo o rastreamento internacional.
Segundo informações do jornal Excélsior e da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai, a prisão foi possível graças à cooperação de inteligência entre o México e o Paraguai, da qual agentes da DEA também participaram como observadores. A residência onde a prisão ocorreu fica nos arredores de San Bernardino, uma cidade turística às margens do Lago Ypacaraí, a cerca de 40 quilômetros de Assunção, conhecida como refúgio de empresários e figuras estrangeiras.
O processo de extradição já teria sido formalmente solicitado pelo México por meio do Ministério das Relações Exteriores (SRE) e deve ser processado dentro de 20 a 30 dias, de acordo com acordos bilaterais de cooperação criminal.
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