DHS inaugura novo centro de detenção de imigrantes dentro da prisão de Angola, na Louisiana

Um novo centro de detenção de imigrantes projetado para abrigar centenas de imigrantes indocumentados condenados por crimes graves foi inaugurado na Louisiana esta semana como parte do que a procuradora-geral Pam Bondi chamou de "acordo histórico" entre os governos estadual e federal.

A nova instalação — que fica dentro da Penitenciária Estadual da Louisiana, comumente conhecida como Angola — foi projetada para abrigar mais de 400 detentos.

A instalação recebeu o nome de Campo 57, em homenagem ao governador republicano da Louisiana, Jeff Landry, que foi o 57º governador do estado. Autoridades federais também apelidaram o Campo 57 de "Louisiana Lockup". Em um comunicado à imprensa, o Departamento de Segurança Interna o descreveu como parte de uma "nova parceria" entre o governo Trump e o estado da Louisiana.

Autoridades de Imigração, Alfândega e Fiscalização dos EUA disseram que 51 detidos já haviam chegado ao Campo 57 até terça-feira.

"Este não é apenas um centro de detenção típico do ICE que você verá em outros lugares do país", disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, durante uma entrevista coletiva na quarta-feira em frente ao Campo 57, ao lado de Bondi e Landry.

Ela disse que alguns dos homens que já foram transferidos para lá foram condenados por crimes graves, incluindo assassinato e estupro.

"Louisiana é um dos vários estados que estão se mobilizando para resolver esses problemas", disse Noem.

Noem também indicou que a história "notória" de Angola foi uma das razões pelas quais o país foi escolhido para o Campo 57.

"Esta é uma instalação notória, é uma instalação, a Prisão de Angola é lendária — mas essa é uma mensagem que esses indivíduos que estarão aqui, que são criminosos ilegais, precisam entender", disse Noem aos repórteres.

Durante a coletiva de imprensa de quarta-feira, Landry disse que a instalação fica próxima a um lago "cheio de jacarés" e cercada por uma "floresta cheia de ursos". Um oficial do Departamento Correcional da Louisiana disse à CBS News na quarta-feira que há jacarés de até 3 metros no lago.

O acampamento 57 tem uma capela e uma biblioteca jurídica, disseram autoridades policiais familiarizadas com o projeto à CBS News na quarta-feira.

A unidade, que abrigará apenas homens, é separada do restante dos presos do estado da Louisiana encarcerados no complexo de Angola, que abrange 18.000 acres.

O Campo 57 ficou fechado por muitos anos antes das reformas começarem há cerca de um mês. Autoridades do DHS disseram que ele foi restaurado e voltou a funcionar em cerca de 30 dias.

Antes de seu fechamento, o Campo 57 era usado para ações disciplinares contra prisioneiros estaduais, de acordo com autoridades policiais familiarizadas com o projeto.

A transferência de detentos do ICE entre instalações não é novidade, mas aumentou sob a administração atual. Uma análise de dados governamentais feita pela CBS News revelou que mais da metade dos imigrantes detidos pelo ICE entre 20 de janeiro de 2025 e 29 de julho de 2025 foram transferidos para outra instalação duas ou mais vezes — uma proporção maior do que durante o governo Biden, o primeiro governo Trump ou o segundo governo Obama.

Os detentos também estão sendo transferidos para locais mais distantes durante essas transferências, segundo a CBS News. Sob a administração atual, cerca de 61% dos detentos que iniciaram sua estadia foram transferidos para mais de 160 quilômetros pelo menos uma vez. Esse número também é maior do que em administrações anteriores.

Alguns defensores da imigração estão preocupados que essa prática possa dificultar o contato dos detidos com seus entes queridos ou advogados.

Questionada sobre o aumento nas transferências de detenções e como e quando o ICE determina que alguém deve ser transferido, Noem disse na quarta-feira que "esta instalação específica vai abrigar os imigrantes ilegais criminosos mais perigosos do país, porque é muito segura. Esses indivíduos estão sendo transferidos de outras instalações pelo país... porque é muito seguro atrás dessas cercas. Eu diria que transferimos as pessoas para outras instalações por questões logísticas, com base no país de onde estão sendo repatriadas, para onde seus voos estão indo, o que precisamos fazer para corrigir as deficiências, e continuaremos a fazer isso conforme necessário para deportá-las para fora do país e levá-las de volta para casa."

No mês passado, um juiz federal ordenou que o governo Trump desmantelasse um centro de detenção de imigrantes administrado pelo estado nos Everglades da Flórida, apelidado de "Alligator Alcatraz". O DHS começou a retirar os detidos da unidade na semana passada.

Sobre "Alligator Alcatraz", Noem disse na quarta-feira que a Casa Branca continuará apelando das ordens do juiz, porque ela acredita que o juiz "tomou a decisão errada".