O jovem de 19 anos se formando na faculdade antes de começar como QB do Ole Miss: Conheça Austin Simmons

Austin Simmons sempre esteve na vanguarda. O quarterback treinou com jogadores da NFL aos 12 anos, concluiu o ensino médio com uma impressionante média de 5,34 aos 16 anos e deixou sua casa em Miami para se matricular na Ole Miss dois anos antes do previsto.

Havia apenas um problema para o prodígio acadêmico com um braço esquerdo ágil que iluminava o campo de futebol e o montinho dos arremessadores: Simmons não tinha carteira de motorista.

"Tive que ensiná-lo a dirigir no Mississippi", disse seu pai, David Simmons, à CBS Sports.

Austin Simmons ainda não assumiu o posto de próximo grande quarterback de Lane Kiffin, mas é bem conhecido em Oxford, onde o futebol americano é rei e o quarterback titular faz de você a realeza do Mississippi (Simmons será titular neste outono no lugar de Jaxson Dart, que saiu na primeira rodada do draft ). Quase quatro meses antes de lançar a bola, Simmons se forma em 10 de maio, após obter um diploma de bacharel em estudos multidisciplinares.

Sim, aos 19 anos, o novo rosto do futebol da Ole Miss será um graduado universitário antes mesmo de ser apresentado como quarterback titular.

"É uma sensação estranha", disse Simmons. "Todo mundo é mais velho que você, e você é visto como se fosse só um bebê no campus. Eu estou aqui, sou jovem e vou aproveitar ao máximo."

O ritmo acadêmico avançado de Simmons quando jovem começou por causa do beisebol. Temendo que ele não alcançasse mais de 1,80 m, seu pai se concentrou em desenvolvê-lo como arremessador canhoto. Para melhor prepará-lo como atleta e para a possibilidade de ser convocado para jogar beisebol antes de se matricular na faculdade, ele começou o ensino médio em casa, ainda no ensino fundamental.

Seu pai também viu benefícios em praticar esportes com crianças mais velhas, então ele treinou com jogadores da NFL quando trabalhava como quarterback e começou a jogar beisebol com um time do colégio na sexta série.

"Eu não dou folga a eles. Não dou saídas", disse David Simmons. "Nós vamos à escola no Natal. Eu não me importo com o Natal, não me importo com a Páscoa, não me importo com nada disso. Não perdemos dias."

David Simmons jogou na Arena Football League e também foi técnico de diversas franquias. Com 1,75 m, ele atuava como wide receiver e defensive back, e havia quem pensasse que sua genética poderia impedir que seu filho fosse alto o suficiente para jogar como quarterback com eficiência na faculdade. Depois, Austin cresceu para 1,83 m no ensino fundamental. Hoje, ele tem 1,93 m e pesa 97 kg.

A carreira de Austin no beisebol quando jovem foi impressionante. Ele lançou dois jogos sem rebatidas consecutivos e teve uma média de rebatidas de 0,365 no primeiro ano do ensino médio. A dupla matrícula permitiu que ele obtivesse créditos universitários no Miami Dade College, e ele obteve um diploma de associado antes dos 17 anos, o que significa que ele não jogou futebol americano preparatório além de sua segunda temporada na Pahokee High, onde ainda foi selecionado duas vezes para o time titular e lançou para 1.913 jardas e 15 touchdowns em apenas seis jogos no segundo ano.

"Eu me livrei da parte de babá. A escola é só isso, um monte de babá", disse David Simmons. "Eles querem que os filhos fiquem lá das 7h às 14h30 ou 15h, para que os pais possam deixá-los na escola e ir trabalhar. … Meu filho não precisava de cestaria, nem de marcenaria, nem de uma disciplina eletiva. Eu o coloquei com o que ele precisava para a faculdade e adicionei mais aulas pelo mesmo período (ele teria ficado em sala de aula)."

A 247Sports classificou Simmons como o jogador nº 58 em todo o ano de 2025, antes de ser reclassificado para 2023, alterando seu compromisso verbal da Flórida para a Ole Miss no mesmo dia em que anunciou a notícia. Como recruta de 2023, Simmons recebeu uma classificação alta de três estrelas (88) e foi o 35º QB em uma classe de jogadores dois anos mais velho que ele; a história de QBs reclassificados está repleta de histórias de advertência, e pular dois anos é praticamente inédito.

"É uma prova do quanto eu gostava do Simmons que ele tenha alcançado 88 pontos depois de dois anos sem jogar", diz Andrew Ivins, Diretor de Olheiros da 247Sports, que mora na Flórida. "Normalmente, isso seria inviável para mim."

Simmons ficou de fora como jogador de futebol americano no outono de 2023, mas jogou beisebol e fez 13 aparições como reserva com um recorde de 2-0 e ERA de 3,21 na primavera de 2024, quando deveria estar jogando beisebol no ensino médio no terceiro ano.

"Ele é melhor jogador de beisebol do que de futebol americano", disse seu pai. "Muita gente não faz ideia. Ele poderia ser (Shohei) Ohtani. Se não jogasse futebol americano, seria Ohtani."

Simmons estreou no futebol americano pela Ole Miss no último outono, atuando em nove jogos com 282 jardas e dois touchdowns. Seu maior momento veio saindo do banco no lugar do titular lesionado Jaxson Dart, liderando um drive de touchdown no primeiro quarto da vitória de virada por 28 a 10 contra o Georgia, número 2. Ele completou 5 de 6 passes para 64 jardas.

O treinador particular de quarterbacks Oliver Bozeman começou a treinar Simmons na escola primária. Depois de anos de programação como arremessador de beisebol, ele se esforçou para mudar seus ângulos de arremesso como quarterback, eliminando movimentos de arremesso desnecessários. Seu lançamento rápido é um ponto forte, disse Bozeman. Seu pai compara seu estilo ao canhoto Tua Tagovailoa, conhecido por seu lançamento rápido e mobilidade demonstrados no Alabama e na NFL. Em Oxford, Austin acredita que ele se parece mais com Matt Corral do que com Dart, que ele substitui como titular dos Rebels neste outono.

Nos tempos de futebol americano juvenil de Simmons, Bozeman usava os treinos de terça-feira para reforçar o programa da liga juvenil e, às quintas-feiras, instruía os programas do ensino médio a preparar Simmons para o futuro. Agora, Bozeman trabalha no programa universitário de Simmons por um dia e nos programas da NFL por outro.

"Ele sempre foi aquele quarterback e garoto que retém informações", disse Bozeman. "Era muito fácil para ele se concentrar em uma coisa em um dia e em outra no dia seguinte."

Enquanto isso, David Simmons continua revisando vídeos de treinos e jogos com o filho. Entender os ajustes pós-snap após anos de foco nos movimentos pré-snap é fundamental. O analista sênior da Ole Miss, Joe Judge, ex-técnico do New York Giants, também tem sido um "ótimo cara para se ter na caixa de ferramentas", disse Simmons.

"Ele está sempre lá para você assistir aos filmes. Ele me ajudou a me destacar na parte mental do jogo."

Seguindo o mantra de seu pai de não ter folga, Simmons planejou viajar para Fort Lauderdale no dia seguinte à sua formatura na Ole Miss para poder treinar com Bozeman.

"Este fim de semana é uma bela história — uma ótima história — mas agora ele precisa se concentrar", disse David Simmons. "Todo mundo quer uma história, mas muitas vezes todo mundo se cansa de ver uma história positiva sobre si. Eles começam a procurar uma história negativa. Você precisa entender isso."

Vários recebedores da Ole Miss se juntarão a Simmons na Flórida esta semana. O quarterback acredita que o grupo da Ole Miss está "melhor do que no ano passado".

"Ele sabe o que é preciso para ser o rosto de uma franquia, o rosto de uma universidade. Ele foi preparado para isso durante anos", disse Bozeman. "Não quero parecer tendencioso, porque trabalho com esse garoto há muito tempo... Acho que Austin pode ser um dos melhores que já vimos fazer isso. Não digo isso só porque o treino, mas porque entendo onde ele está e o quanto ele evoluiu até agora."