Festivais do Sudoeste: Diga-me como você bebe e eu lhe direi em qual festa você está

O "Sud Ouest" olhou para os copos dos festivais de Bayonne e Pamplona para descobrir as últimas novidades em bebidas. É uma corrida pela originalidade ou pelo mau gosto. Sem surpresa: as bebidas sem álcool estão no fim da lista.
Não é preciso fazer uma investigação profunda para entender que o álcool faz parte da panóplia da festa, no mesmo nível do terno branco ou do cachecol vermelho. As festividades de Bayonne duram até domingo e uma rápida olhada nas camisetas manchadas basta para entender as ambições dos protagonistas: "Enquanto o copo estiver cheio, eu fico de pé", "Feira: bêbado em andamento", "O quê, álcool não é legal?!". Curiosamente, a mensagem oficial, "consumir com moderação", não aparece em nenhum torso.
"Não vamos mentir um para o outro, não vou servir muita cerveja 0% por cinco dias", aposta Bérangère no Le Vestiaire, rue d'Espagne. Sucos, água com gás e refrigerantes não são proibidos. "Mas são usados principalmente para acompanhar bebidas alcoólicas fortes", acrescentam Rémi e Alexandre, da Brasserie du Trinquet Saint-André. Em suas camisas polo, está escrito: "Brinde a Saint-André". No Bar Basque, em Grand Bayonne, o proprietário Florian Savès estima o número de bebidas sem álcool servidas no bar em 5%. Não é o suficiente para baixar o bafômetro geral.
O cardápio de coquetéis é tentador: o Sacristain, o Habemouss'Papam, o Franciscan, o Pôncio Pilatos, o Judas. Nenhuma gota de álcool é servida neste prédio da associação episcopal, localizado longe do grande purgatório da rua.
A mesma ordem de grandeza no Dacquois ou no Bar du Palais. No fim das contas, só existe um estabelecimento onde as bebidas sem álcool fazem sucesso: o Bar du Curé, na Rue Gosse. A carta de coquetéis: Sacristain, Habemouss'Papam, Franciscain, Pontius Pilate, Judas. Nem uma gota de álcool é servida nesta associação episcopal, localizada longe do grande purgatório da rua.

Bertrand Lapègue/SO
A cerveja continuará a correr por muito tempo sob as pontes do Nive e nas veias dos grandes festivais do Sudoeste. Até os mais atléticos se preparam para essas festas como uma corrida de alto nível. É o caso de Laure e Sébastien, um casal de Mouguerre que veio para correr a Foulée du Festayre. Assim que cruzam a linha de chegada, brindam com um chope em frente ao mercado: "Aqui, todos acreditam na lenda da cerveja revigorante". O casal desenvolve suas táticas como se fosse a próxima partida do Aviron Bayonnais: "Com o calor, não se pode começar com muita força. E se você espera chegar à noite, é melhor evitar bebidas alcoólicas fortes."

Bertrand Lapègue/SO
A estratégia é validada pela experiente Maryse, tocadora de silbote (flauta grande) da peña Or Konpon: "Beber muito rápido significa correr o risco de perder o tato e acertar as notas erradas." Escolha a bebida certa com base na hora do dia, no termômetro e nos seus objetivos. "Leva quase uma vida inteira para dominar todos os parâmetros", diz ela.

Emilie Drouinaud/SO
Entre as bebidas alcoólicas mais servidas, a cerveja está no topo das paradas. " Mas não se esqueça de planejar com antecedência a sua pausa para fazer xixi ", alerta Laure, a corredora da Foulée des festayres. Um jovem quarteto de Seine-et-Marne pega suas bússolas e se posiciona a meio caminho entre um balcão e um mictório. Não precisa de copos; eles bebem direto da jarra. É o desfile dos grandes gigantes: "Não estamos fazendo isso para nos exibir, mas para economizar dinheiro. Quando você bebe cinco ou seis litros de cerveja por pessoa, isso conta", calculam os visitantes enquanto recolhem copos e jarras vazios. "O dinheiro do depósito paga as bebidas."

Bertrand Lapègue/SO
A seleção dos clientes é baseada em um menu de quadro-negro. Alguns bares servem champanhes finos ou gim premium. "Tenho até bebidas de nicho, vermute para os espanhóis ou fernet-branca para os argentinos", explica Sébastien Oudill, do Hôtel des Basses-Pyrénées. Entre as bebidas alcoólicas mais consumidas em Bayonne: cerveja, aperitivo de anis, licor de menta. Outras estão ganhando espaço: gim-tônica, rum e Coca-Cola. Uísque e vodca estão perdendo espaço, e o vinho está em queda. É preciso atravessar a fronteira, até Pamplona, para encontrar alguns apreciadores de bebidas tradicionais. Kalimutcho e sangria sobrevivem graças à população (muito) jovem.

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A Coca-Cola e o vinho, embalados em caixas de leite, são transportados em enormes baldes cheios de cubos de gelo. A mistura às vezes é feita em cantis de couro de pastor. Um rebanho estranho. No Caballo Blanco, três franceses pedem taças de tinto de verano: vinho tinto barato, imerso em refrigerante de limão. "É intragável", avalia um membro do trio, limpando a boca com o cachecol vermelho. Ele, no entanto, pagará por mais algumas rodadas.
Calendário de feriados do sudoeste Festa de Bayonne até 13 de julho. Festa de São Firmino em Pamplona até 14 de julho. Festa da Madeleine em Mont-de-Marsan de 17 a 21 de julho. Feira de Dax (40) de 13 a 17 de agosto. Feira de Parentis-en-Born (40) de 8 a 12 de agosto. Feira de Mimizan (40) de 15 a 17 de agosto.SudOuest