“Eles só têm uma opção: ir para o exterior”: Novo tratamento para Alzheimer rejeitado na França

Associações de pacientes com Alzheimer ficaram decepcionadas ao saber, na terça-feira, que o "acesso antecipado" a um novo medicamento, o Leqembi, havia sido negado. Isso significa que o tratamento não estará disponível nem será coberto por planos de saúde até que sua aprovação de comercialização seja revisada. Isso pode levar vários meses.
Em ensaios clínicos, este medicamento demonstrou retardar ligeiramente o declínio de pacientes cuja doença estava apenas começando, gerando esperanças entre associações de pacientes e familiares.
Mas a Autoridade Nacional de Saúde Francesa (Haute Autorité de Santé) recusou-se a aprovar este medicamento por enquanto. Especialistas acreditam que os benefícios são muito pequenos e os efeitos colaterais, como hemorragias e edema cerebral, muito graves. O Leqembi pode retardar ligeiramente o declínio de pacientes cuja doença está apenas começando.
E mesmo que isso só salve alguns meses de boa saúde, Kevin Rabiant, doutor em neurociências pela Associação Francesa de Alzheimer, acha que vale a pena oferecer esse tratamento:
“Para indivíduos que, hoje, não têm outra solução terapêutica para tentar limitar a progressão dos sintomas, este é o único medicamento disponível. Mas o problema é que estamos tirando a escolha dessas pessoas, deixando a única opção de ter uma carteira bem recheada para se tratar no exterior”, explica ele à RMC.
A recusa da Alta Autoridade de Saúde não descarta a possibilidade de Leqembi ser autorizado, ou mesmo reembolsado dentro de alguns meses, como parte de outro procedimento. Mas a esperança de cobertura total pelo seguro de saúde parece estar desaparecendo.
RMC