A União Europeia reforça as sanções contra a Rússia, enquanto aguarda Washington

Este pacote de sanções, o 18º desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, é "um dos mais severos contra a Rússia até o momento", garantiu a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
Isso inclui, entre outras coisas, a redução do teto do preço do petróleo bruto russo exportado, agora fixado em pouco mais de 45 dólares por barril (47,6 dólares), ou 15% menos que o preço médio do barril de petróleo russo no mercado.
O mecanismo proíbe qualquer empresa petrolífera, frota mercante, etc. de vender petróleo russo acima de um determinado preço, sob pena de sanções.
"Na hora certa""Juntos, estamos intensificando a pressão sobre a Rússia para garantir um cessar-fogo incondicional", enfatizou o presidente francês Emmanuel Macron.
"Esta decisão é essencial e chega na hora certa", reagiu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na rede social X. O Kremlin, por sua vez, afirmou que garantirá que as consequências dessas sanções sejam "minimizadas", prometendo que elas terão "efeitos negativos" para os europeus.
A UE proibiu todas as importações de petróleo russo para seu território, mas Moscou continua exportando seu petróleo para outros países, incluindo Índia e China.
"As exportações de petróleo ainda representam um terço da receita da Rússia", enfatizou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em junho.
Para reduzir essa receita inesperada, essencial para a Rússia financiar sua guerra contra a Ucrânia, o G7 decidiu, no final de 2022, estabelecer um preço máximo de venda de US$ 60 por barril. Mas esse preço agora é considerado alto demais, dada a atual tendência de queda no valor de mercado do petróleo.
E caso essa queda no preço do petróleo se confirme, o novo mecanismo permitirá acompanhar a tendência, sempre ficando 15% abaixo do preço médio, sistema considerado mais flexível e eficiente que o anterior.
Mantenha a pressãoSegundo a Sra. Kallas, o teto de US$ 60 reduziu as receitas do petróleo russo, que são essenciais para financiar o conflito, em 30%.
É ainda mais eficaz porque é aplicado por todos os países do G7, o que não será o caso desta vez, já que os Estados Unidos ainda não decidiram um novo limite.
Outros países do G7 poderiam, no entanto, aderir ao mecanismo europeu, incluindo Japão e Canadá, de acordo com diplomatas.
Os europeus, incluindo a França, prometeram sanções "massivas" há algumas semanas se o presidente russo continuasse a recusar qualquer cessar-fogo, com a esperança de que os Estados Unidos fizessem o mesmo.
A operação foi complicada por um veto da Eslováquia e pela relutância de Donald Trump.
Bratislava finalmente concordou em suspender o veto, e a União Europeia agora espera que os Estados Unidos se juntem a ela nas próximas semanas, quando o prazo estabelecido pelo presidente americano expirar. Donald Trump deu a Moscou 50 dias para firmar a paz na segunda-feira, sob pena de enfrentar pesadas sanções contra seus aliados.
"Juntamente com os Estados Unidos, forçaremos Vladimir Putin a um cessar-fogo" na Ucrânia, afirmou o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot.
No entanto, a Rússia rapidamente tentou contornar essas sanções usando uma frota "fantasma" de petroleiros, estimada em mais de 500, que a UE já havia atacado.
Como parte desta 18ª rodada de sanções, os 27 adicionaram 105 petroleiros "fantasmas" à sua lista negra de navios, que agora conta com 444, disse a Comissão Europeia em um comunicado.
A UE também adicionou 22 entidades, incluindo 11 não russas, visando empresas que operam navios "fantasmas" ou ajudam russos a contornar sanções. "Pela primeira vez", a UE visou uma refinaria de petróleo de propriedade do grupo russo Rosneft na Índia, disse a Sra. Kallas.
Os europeus também reforçaram suas sanções financeiras adicionando 22 bancos aos 23 já proibidos de acessar o sistema de pagamentos internacional, Swift.
A UE também adotou novas sanções contra o gasoduto Nord Stream, atualmente paralisado, para garantir que ele não possa ser reativado.
Var-Matin