País Basco: Estudantes empreendedores combinam aulas e negócios

Paralelamente aos estudos, alguns estudantes decidem abrir seus próprios negócios. Uma dupla jornada de trabalho que lhes permite aprender o básico mais rapidamente. Conheça duas jovens que estão experimentando essa experiência em Bayonne.
"Ter sua própria empresa lhe permite aprender mais e mais rápido. Quando você chega à aula, já sabe", resumem Marine Durand e Lorea Saint-Val. Aos 19 anos, a primeira iniciará em setembro o segundo ano do programa BUT GEA (Gestão de Negócios e Administração) na Universidade de Bayonne . A segunda, de 21 anos, cursa mestrado em Direito Empresarial Digital Europeu na mesma cidade.
Munidas do status de estudantes empreendedoras, Marine Durand lançou sua marca de roupas Oznao em julho, enquanto Lorea Saint-Val criou a Satinae World no ano passado, vendendo scrunchies de cetim e gorros bordados. As duas empreendedoras compartilham um lema: "Criar uma marca local e ecologicamente responsável, usando a identidade basca."
À noite, depois das aulas, nem sempre queremos ir tomar uns drinques depois do trabalho.
"É preciso muita organização e disciplina", continuam. "À noite, depois das aulas, nem sempre queremos ir a eventos extracurriculares. Mas é importante; permite-nos conhecer outros empreendedores que partilham as suas experiências connosco."
SARL, SASU e declarações de imposto de renda não guardam segredos para eles. "É bom nos conhecermos. Nos ajudamos muito na nossa geração", garante Lorea Saint-Val. Para dar uma mãozinha, "amigos e namoradas" são "caçados", assim como suas famílias.

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Para Marine Durand, a ideia do seu primeiro negócio surgiu aos 16 anos. "Achei que levaria um mês", ri, "e acabou levando dois anos". No futuro, ela se imagina administrando vários negócios: "Gostaria de abrir várias empresas, principalmente na área de gestão de patrimônio, porque, como jovens, não sabemos o suficiente sobre o assunto." Seu projeto mais ambicioso? "Abrir uma escola para aprender coisas de verdade."
Mugertare lançou a primeira coleção de sua marca Oznao em julho, abrindo pré-encomendas para 60 camisetas e 20 moletons. "São peças recicladas", explica ela, "feitas com resíduos da indústria de luxo francesa e algodão orgânico turco. Os fios são processados por uma empresa em Valência, na Espanha, antes de chegarem a Nay, nos Pirineus Atlânticos, onde são tricotados." "Agora, o objetivo é encontrar lojas onde possam revendê-los fisicamente, para que as pessoas possam tocá-los e experimentá-los", espera ela.

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"Há muitas meninas que estão deixando sua marca. Você precisa se destacar."Redes sociais
Já Lorea Saint-Val, de Bayonne, é apaixonada por upcycling: "Procuro tecidos de segunda mão e costuro os scrunchies com a ajuda da minha avó", sorri orgulhosa. "Para os gorros, eu os desenho e bordo."
Quando lança suas coleções, "em edições limitadas, pois depende da quantidade de tecidos", ela consegue oferecer até 150 itens por mês.
Antes de sair, Lorea Saint-Val admite: "Há muitas meninas que estão deixando sua marca. Você precisa se destacar." Nesse sentido, as redes sociais permitem que elas "se destaquem", mesmo que continuem sendo um meio "ingrato". "Leva muito mais tempo do que a criação, mesmo que sejam detalhes. Nós nos comparamos muito com os outros também. E aí, se você não posta nada por um mês porque está em provas de meio de semestre, você vê os assinantes indo embora", diz ela. No fim das contas, mesmo que "a parte mais difícil" continue sendo "dizer às pessoas para comprarem", Marine e Lorea acreditam em sua aventura, sem nunca perder o sorriso.

Sébastien Abes e Corentin Bertau

Sébastien Abes e Corentin Bertau
SudOuest