O Canadá anuncia que retirará a maior parte de seus impostos alfandegários sobre produtos americanos em 1º de setembro.

O Canadá suspenderá tarifas anteriormente impostas a produtos dos EUA que atendem aos termos do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (ACEUM), anunciou o primeiro-ministro Mark Carney na sexta-feira, 22 de agosto; uma medida em resposta às isenções concedidas no início deste mês por Washington aos produtos canadenses.

Em entrevista coletiva após conversa telefônica com o presidente dos EUA, Donald Trump, o Sr. Carney garantiu que, a partir de ^1º de setembro, Ottawa "eliminará os impostos alfandegários sobre produtos americanos", de acordo com as condições estabelecidas no tratado Canadá-Estados Unidos-México, enquanto os dois países aceleraram suas discussões com vistas a um acordo comercial mais amplo.

Segundo o Sr. Carney, as recentes negociações-quadro para acordos comerciais assinados por Washington com vários de seus parceiros, incluindo a União Europeia (UE) e o Japão, são acima de tudo uma forma de "comprar acesso à maior economia do mundo".

Para o Canadá, que ainda não conseguiu chegar a um acordo com seu vizinho, a taxa média efetiva aplicada aos produtos canadenses é de 5,6% porque "85% [dos] produtos não são tributados" , na medida em que saem para os Estados Unidos no âmbito do Aceum.

De fato, o Sr. Trump aplicou taxas alfandegárias de 30% sobre produtos canadenses, mas concedeu isenção a quase todos os produtos que entram nos Estados Unidos e que cumprem com as disposições do acordo de livre comércio.

Uma isenção mantida no início de agosto, quando entraram em vigor as taxas alfandegárias apresentadas pelo presidente americano como "recíprocas" e direcionadas aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. Um gesto descrito como essencial pelo Sr. Carney e que explica o desejo de Ottawa de aplicar a mesma isenção aos produtos americanos a partir de ^1º de setembro.

"Há um momento para tudo no jogo (...) Tivemos que jogar fisicamente no primeiro tempo para enviar uma mensagem, e foi isso que fizemos", continuou ele com a analogia esportiva. "Mas também chega um momento no jogo em que você quer marcar gols", acrescentou, enfatizando que seu governo agora está focado em assinar um acordo que traria benefícios de longo prazo para a economia canadense.