Greve da Air Canada: movimento massivo se transforma em confronto com o governo federal

Diante da magnitude dos transtornos, Ottawa finalmente se irritou. Poucas horas após o início da greve de 10.000 comissários de bordo da Air Canada, que paralisou centenas de voos desde sexta-feira, 15 de agosto , o governo federal ordenou o retorno ao trabalho no sábado, 16 de agosto, em nome da "paz industrial" e para "proteger os interesses do Canadá". A Ministra do Trabalho, Patty Hajdu, acionou a seção 107 do Código do Trabalho do Canadá para forçar o retorno ao serviço e evitar um bloqueio duradouro do tráfego em pleno verão. "Este não é o momento de correr riscos com a economia", insistiu ela em uma coletiva de imprensa.
Especificamente, a Air Canada está encaminhando o assunto ao Conselho de Relações Industriais do Canadá (CIRB), que supervisionará a retomada das operações. A disputa está sendo encaminhada a um árbitro independente. Sua decisão final será vinculativa tanto para a Air Canada quanto para o Sindicato Canadense de Funcionários Públicos (CUPE), que representa a tripulação de cabine.
A Sra. Hajdu apresenta este caminho como "o mais estável" para resolver um conflito com graves repercussões para os passageiros e as cadeias de suprimentos. Segundo a ministra, mais de 40% das remessas de bens essenciais — em particular, produtos farmacêuticos e tecidos humanos — transitam pela Air Canada. Segundo dados da empresa especializada Cirium, citados pela Associated Press, a Air Canada cancelou 199 voos na sexta-feira, 671 no sábado e planejava suspender outros 96 voos no domingo, 17 de agosto, devido à greve. Essa onda de cancelamentos afetou entre 100.000 e 130.000 passageiros, incluindo cerca de 25.000 retidos no exterior.
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Le Monde