Roland-Garros: Carlos Alcaraz continua rei após duelo épico com o número 1 do mundo Jannik Sinner

Concluída em 4-6, 6-7 (4/7), 6-4, 7-6 (7/3), 7-6 (10/2), a luta foi titânica entre dois jogadores que mostraram por que eram os dois novos chefes indiscutíveis do tênis mundial: 5h29 de uma luta heróica, a final mais longa da história do torneio (4h42 até o momento), uma sucessão de golpes vencedores na linha, reviravoltas...
Entre os duelos que marcaram a história do tênis, destacam-se o duelo Borg-McEnroe de 1980 e o duelo Federer-Nadal de 2008 em Wimbledon, o duelo Sampras-Agassi de 2001 no US Open e o duelo Djokovic-Nadal de 2012 na Austrália. A esta lista de obras-primas, devemos agora adicionar este duelo estratosférico Sinner-Alcaraz.
"O nível de jogo que você tem é fantástico. Estou muito animado para escrever a história deste torneio com você", disse Alcaraz a Sinner na quadra após receber a Taça dos Mosqueteiros de Andre Agassi.
Perdendo por dois sets a zero para um clínico Sinner, o espanhol de 22 anos acreditou até o fim para conquistar seu segundo título consecutivo em Paris, seu quinto em um Grand Slam, ao infligir ao italiano sua primeira derrota em uma final de Major.
Alcaraz, que já triunfou no US Open em 2022, em Wimbledon em 2023 e 2024 e em Paris em 2024, mantém seu histórico perfeito em finais de Grand Slam, a altitude máxima do tênis, onde nunca conheceu a derrota.
Já coroado no Masters 1000 de Monte Carlo, em abril, e depois em Roma, em maio, ele também terminou a temporada europeia de saibro com um recorde de 22 vitórias e apenas uma derrota... A derrota na final olímpica do verão passado, na mesma quadra parisiense, foi esquecida.
Em Roland Garros, ele enfrentou Jannik Sinner na final, a quem já havia derrotado em meados de maio em Roma, onde o italiano retornava de uma suspensão de três meses após testes positivos para um esteroide anabolizante.
Um sinal de que o tênis entrou em uma nova era, esta final foi o primeiro Grand Slam entre dois jogadores nascidos no século XXI, a nova rivalidade no circuito masculino desde a aposentadoria da maioria dos membros do "Big 4" e o inevitável crepúsculo de Novak Djokovic.
RegularidadeO murciano foi muito agressivo desde o início e sua persistência foi recompensada com uma quebra na sétima chance de abrir 3 a 2. O italiano reagiu imediatamente pressionando o adversário no saque com devoluções que frustraram Alcaraz.
Perdendo por 5 a 4 no saque, o espanhol perdeu o primeiro set após um backhand que bateu na rede antes de sair.
No segundo set, Sinner respondeu aos ataques implacáveis do espanhol com uma defesa imponente, especialmente no tiebreak. As coisas então pareciam muito sombrias para Alcaraz, cuja consistência em uma única partida foi por vezes questionada. "Manter a consistência quando você bate com tanta força às vezes é muito difícil", disse seu técnico Juan Carlos Ferrero, vencedor em 2003 em Paris.
Com as costas contra a parede, Alcaraz não teve escolha a não ser se rebelar. Ele o fez com sucesso no início, pois, muito mais incisivo no forehand e no saque, liderou por 4 a 1 antes de deixar Sinner reagir. Mas, cheio de determinação, arrasando a torcida, Alcaraz quebrou o saque do adversário para garantir o terceiro set.
Alcaraz pareceu pagar por essa explosão de energia no quarto set, quando perdia por 0-40 no saque, com 5-3 para o italiano. Mas, sob os aplausos da torcida, ele salvou três match points antes de arrebatar o quarto set no tiebreak.
Super desempateParecia que o italiano não se recuperaria, principalmente depois da quebra inicial do espanhol no set final com um drop shot certeiro. Mas Sinner é um grande campeão: coube a ele quebrar o saque do oponente enquanto sacava para a partida...
A decisão foi tomada em um super tiebreak. E desta vez, Sinner se ajoelhou. "Carlitos" o dominou de cabeça e ombros, disparando os golpes decisivos pelos quais é conhecido em grandes noites — mísseis na linha, drop shots, voleios —, garantindo sete match points. Ele só precisava de um para poder abraçar seu time.
No ranking da ATP, a vitória de Alcaraz lhe permite diminuir a diferença para o número um do mundo para 2.030 pontos. Mas a chave está em outro lugar: este duelo promete ser longo, para o deleite dos fãs de tênis. O próximo episódio possível é a final de Wimbledon, onde Alcaraz é o bicampeão.
Nice Matin