“Quatro dias sem minha mãe” de Ramsès Kefi: jovem autor e ave rara

Crítica Neste primeiro romance cheio de verve e sensibilidade, o jornalista Ramsès Kefi compõe um afresco intimista e social cheio de promessas ★★★☆☆
Por Ana Crignon
Ramsés Kefi. PHILIPPE MATSAS/EDIÇÕES PHILIPPE REY
Da noite para o dia, uma mulher abandonou a família. É Amani, 67, com anos de dona de casa, apelidada de "Emporio Amani" por seu perfume delicado. Amani, casada há meio século com um homem que não consegue acreditar em tal afronta e teme o que as pessoas vão dizer na cidade da Caverna — fofocas são rastreadas todos os dias em um banco, bem no meio, chamado "TF1". Na cabeça do filho, é mais interessante. Um pequeno Grilo Falante se agita e o repreende por não ter sido gentil com a mãe. Não existe amor, diz a máxima, existem apenas provas de amor. Este ano, pai e filho esqueceram o aniversário de Amani. E, acima de tudo, permaneceram indiferentes quando o gato não voltou para casa e ela o procurou por dias em vão. Ramsès Kefi, jornalista (Rue89, "Libération", revista "XXI"), faz da culpa o tema de seu livro.
Suspense. Certa manhã, tudo parece normal. Uma mãe rabisca uma lista de compras — ovos, iogurte, detergente — como se nada tivesse acontecido. Uma hora depois, ela se foi. A partir daí, o leitor quer entender. Manter o suspense por 200 páginas é uma possível definição de talento.
Abaixo…

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