Consumo. Os preços das frutas estão subindo em comparação a 2024, os preços da melancia estão disparando.

Para atingir a recomendação de "cinco frutas e vegetais por dia", você precisa organizar seu cardápio. É o que revela o Observatório de Preços de Frutas e Vegetais, publicado quarta-feira pela Familles Rurales.

A associação de proteção ao consumidor destacou que, após uma queda nos preços médios das frutas entre 2023 e 2024, os números voltaram a subir neste ano.

Metade da população 'abdica' de comida por falta de orçamento

O estudo se baseia em uma cesta de 9 frutas e 10 vegetais frescos, tanto convencionais quanto orgânicos, para dar aos consumidores alguma visão em um momento em que 1 em cada 2 pessoas diz que está "desistindo" de certos alimentos devido ao orçamento insuficiente.

Considerando a cesta de frutas e vegetais como um todo, os custos se estabilizaram desde o ano passado, com uma leve queda de 0,4%. Mas, se analisarmos as frutas em particular, o aumento em relação a 2024 é significativo.

Em um ano, o preço das frutas orgânicas aumentou +7% e o das convencionais +2%. Enquanto algumas frutas convencionais tiveram seus preços reduzidos (-7% para cerejas ou -6% para bananas), os de pêssegos (+9%) e limões (+26%) dispararam.

E a melancia? No âmbito orgânico, esta fruta, que ainda assim é uma das mais acessíveis do mercado, "registrou o aumento mais notável deste ano: +39%).

O clima pode ser um dos fatores que explicam o aumento nos preços das frutas. "Nos últimos dias de maio, o mau tempo reduziu a demanda por frutas e hortaliças, potencialmente desencadeando o início de uma crise cíclica para certos vegetais. O retorno do clima mais ameno reacendeu a demanda, levando à alta dos preços", destaca o relatório.

Um aumento impressionante em 10 anos

Em junho de 2025, para cumprir o PNNS (Programa Nacional de Nutrição e Saúde) com base no cabaz de 9 frutas e 10 hortícolas frescos, convencionais e biológicos selecionados para o estudo, uma família de 2 adultos e 2 crianças teve de despender entre 133€ e 254€ (ou seja, entre 9,4% e 17,9% de um salário mínimo líquido mensal)

Ao manter neste cabaz apenas as 5 frutas e vegetais mais baratos, a mesma família teve de gastar entre 62€ (para frutas e vegetais convencionais) e 103€ (perfil biológico) por mês (ou seja, entre 4,4 e 7,3% do salário mínimo líquido mensal) para cumprir o PNNS.

Em 10 anos, o aumento no preço das frutas é de +59% e dos vegetais de +64%, enquanto a variação do salário médio per capita é de +27%.