Chefes, entre exasperação e preocupação diante da instabilidade política

A longa fila que se formava do lado de fora do Estádio Roland Garros no início da tarde de quarta-feira, 27 de agosto, poderia sugerir que uma estrela do tênis estava se apresentando ali. No entanto, não foram Jannik Sinner nem Carlos Alcaraz que tiveram as honras da corte de Philippe Chatrier, mas sim Patrick Martin, presidente da Medef (associação patronal francesa), o principal representante da organização patronal. Sem dúvida inspirado pelo cenário, o chefe dos chefes alternou entre a defesa e o ataque para abrir o tradicional Encontro de Empresários Franceses, que continua até quinta-feira.
Três dias após a surpreendente decisão do primeiro-ministro de responsabilizar seu governo em uma votação na Assembleia Nacional em 8 de setembro, Patrick Martin apoiou François Bayrou: "O primeiro-ministro estava certo em alertar o povo francês sobre a gravidade da situação em nosso país", declarou ele, ao mesmo tempo em que pedia aos tomadores de decisões políticas que "superassem suas rivalidades partidárias. (...) Isso não vai acontecer dessa forma, estou consternado."
Certamente, muitos líderes empresariais, de todas as regiões da França, não escondem sua exasperação com os políticos eleitos. "Se os políticos pudessem pensar na França em vez de em si mesmos, isso faria bem", diz Stanislas Lacroix, chefe da Aldes, uma empresa familiar de Lyon especializada em ventilação, que emprega 1.800 pessoas.
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Le Monde