Meteorito cruzou o céu colombiano e causou alarme nas redes sociais.

Meteorito cruzou o céu colombiano e causou alarme nas redes sociais.
iStock
Na noite de quarta-feira, 30 de julho de 2025, um fenômeno luminoso cruzou o céu colombiano, gerando espanto e múltiplas reações entre os cidadãos. Vídeos gravados por moradores de diferentes regiões do país mostraram uma luz brilhante cruzando o céu noturno. Nas redes sociais, especialmente na plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), dezenas de usuários compartilharam registros visuais do evento, que alguns descreveram como a passagem de um meteorito.
Você pode ver: O valor da multa por exibicionismo e atos sexuais em público na Colômbia
O fenômeno foi documentado pela conta @ColombiaOscura_, que relatou que a luz foi visível em cidades como Bogotá, Bucaramanga, Girón, Floridablanca, Villavicencio e Cúcuta. "Por volta das 23h do dia 30 de julho, uma luz verde cruzou o céu sobre o norte de Santander", relatou o Noticias Cúcuta 75. Segundo o veículo, "o fenômeno foi visível por aproximadamente dez segundos". Testemunhas registraram a passagem do objeto, cuja intensidade luminosa iluminou o céu por alguns instantes. Nos clipes de áudio que acompanham alguns dos vídeos publicados, é possível ouvir as reações dos cidadãos, que observam o evento com espanto e o descrevem como incomum. Apesar da ampla divulgação das gravações, nenhuma entidade oficial havia se pronunciado sobre o assunto até a manhã de 31 de julho.
A viralização do fenômeno nas redes sociais não se limitou à Colômbia. Usuários no Chile e no Brasil também relataram a presença de uma luz semelhante no céu, aumentando o interesse e o debate sobre a natureza exata do evento. "Ceticismo e dúvidas surgiram entre os internautas devido à falta de informações técnicas que confirmassem se era de fato um meteorito", indicaram usuários da plataforma.
Leia também: Desafios energéticos na Colômbia: impacto e desafios para as empresas

Usuários no Chile e no Brasil também relataram a presença de uma luz semelhante no céu, aumentando o interesse e o debate sobre a natureza exata do evento.
iStock
A falta de dados oficiais de instituições astronômicas ou governamentais mantém em aberto o debate sobre a origem do fenômeno. Embora diversas contas digitais e veículos de mídia locais o tenham identificado preliminarmente como um meteorito, ainda não há nenhuma declaração do Serviço Geológico Colombiano, da Força Aérea ou da Associação Colombiana de Astronomia.
"O fenômeno ainda não foi tecnicamente confirmado, abrindo espaço para especulações e proliferação de teorias nas redes sociais", disse um dos usuários que compartilhou o vídeo online.
À medida que a conversa se desenrola nas plataformas digitais, alguns internautas associaram este evento a outros objetos espaciais atualmente monitorados por agências internacionais. Em particular, a menção ao asteroide 2024 YR4 gerou preocupação, visto que sua trajetória tem sido o foco de atenção de instituições científicas globais.
NASA e astrônomos continuam monitorando o asteroide 2024 YR4Paralelamente ao avistamento do objeto luminoso na Colômbia, a comunidade científica intensificou a vigilância do asteroide 2024 YR4, um corpo celeste classificado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) como parte do grupo de asteroides Apollo. Esse tipo de asteroide é caracterizado por órbitas que cruzam a trajetória da Terra, o que os torna objetos que exigem monitoramento constante.
O geólogo planetário e astrobiólogo David Tovar, codiretor do grupo de ciências planetárias e astrobiologia da Universidade Nacional da Colômbia, explicou em entrevista à Blu Radio que "monitorar esses objetos é uma prioridade, já que seu comportamento pode variar ao longo do tempo devido a múltiplos fatores gravitacionais".
Tovar alertou sobre o papel das mídias sociais na desinformação. "As mídias sociais frequentemente amplificam o medo com informações imprecisas ou exageradas", afirmou o especialista. Ele também recomendou consultar apenas fontes científicas verificadas, como a NASA ou a Agência Espacial Europeia. "A melhor defesa contra a desinformação é o pensamento crítico e a verificação das fontes antes de compartilhar qualquer informação", acrescentou.
Em relação ao 2024 YR4, a comunidade científica determinou que há 98% de chance de que ele não atinja a Terra. No entanto, os 2% restantes são motivo suficiente para manter o alerta. As regiões potencialmente afetadas em caso de colisão incluem partes da Colômbia, Índia, África e o Oceano Atlântico.Veja também: De Hollywood para a América do Sul: A incrível odisseia dos relógios roubados de Keanu Reeves

A comunidade científica determinou que há 98% de probabilidade de que não haja impacto na Terra.
iStock
Desde a sua detecção, o asteroide tem sido objeto de análises detalhadas por observatórios internacionais, que definiram duas datas-chave para o seu monitoramento. A primeira será em 2028, quando o Telescópio Espacial James Webb fará novas observações durante a próxima aproximação do objeto à Terra. A segunda, dezembro de 2032, foi definida como uma data crítica para refinar os cálculos relativos à sua trajetória e nível de risco.
Tovar também relembrou a experiência da missão Dart (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo) da NASA, que alterou com sucesso a trajetória de um asteroide por meio do impacto de uma nave espacial. "Este precedente demonstra que, embora o planejamento e a execução exijam tempo e recursos, existem ferramentas viáveis para alterar o curso de objetos espaciais que representam uma ameaça real", indicou.
O asteroide 2024 YR4 continua sendo monitorado, enquanto cientistas avaliam vários cenários e estratégias de defesa planetária que podem ser implementados se uma ameaça específica for detectada nos próximos anos.PORTFÓLIO
Portafolio