O que vem a seguir para a Colômbia após ser admitida no Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS?

A Colômbia se tornou nesta quinta-feira o primeiro país sul-americano não fundador do bloco BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a integrar o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff .
O Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS foi criado em 2015 pelos países-membros como uma alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI ), entidades tradicionalmente vinculadas aos Estados Unidos.

Gustavo Petro e Dilma Rousseff. Foto: Presidência
A Ministra das Relações Exteriores, Laura Sarabia, descreveu a adesão como uma "ampliação de horizontes" para o país. "Comemoro esta notícia, que transcende as questões financeiras e amplia nossos horizontes. A Colômbia ingressa oficialmente no banco dos BRICS, liderado por Dilma Rousseff, a pedido do Presidente Gustavo Petro, em Xangai. Continuamos a abrir caminho para novas oportunidades para o país", afirmou.
O ministro da Fazenda, Germán Ávila Plazas, indicou que a Colômbia busca acessar empréstimos para financiar projetos de infraestrutura, saúde, energia renovável e desenvolvimento sustentável.
O acima exposto foi afirmado nesta quinta-feira nas contas presidenciais oficiais: " Esta adesão abre novas oportunidades de financiamento para projetos estratégicos e é um passo fundamental para diversificar alianças e fortalecer a economia do país ", diz um tuíte.

Laura Sarabia, Ministra das Relações Exteriores da Colômbia. Foto: Ministério das Relações Exteriores.
"Esta é uma notícia econômica importante para o país, que abre novos horizontes em um momento global que exige esforços para acabar com dependências e diversificar mercados", disse o ex-embaixador e candidato à presidência Camilo Romero.
O Pacto Histórico, partido no poder, destacou os benefícios que isso traria para o país. " Em meio a uma guerra tarifária, a dependência dos mercados tradicionais dos EUA é reduzida e novos parceiros comerciais podem ser explorados (...) O Novo Banco de Desenvolvimento oferece empréstimos a taxas preferenciais para infraestrutura, educação e desenvolvimento sustentável. A Colômbia já apresentou a ferrovia interoceânica de 120 km entre o Pacífico e o Atlântico como um projeto fundamental. Projetos de transição energética também estão sendo propostos", disse a senadora María José Pizarro.

Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousselff. Foto: Juan Diego Cano. Gabinete da Presidência
A Colômbia está disposta a subscrever 5.125 ações do capital autorizado do banco, o equivalente a um compromisso financeiro de US$ 512,5 milhões. Desse montante, o governo colombiano indicou que US$ 410 milhões correspondem ao capital exigível (que serve como garantia) e US$ 102,5 milhões ao capital integralizado, ou seja, dinheiro. O primeiro desembolso seria feito em até seis meses após a assinatura do acordo de adesão.
O pedido foi feito pelo presidente Gustavo Petro durante sua última visita à China, em maio, onde também foi assinado um memorando de entendimento para adesão à Iniciativa do Cinturão e Rota (Rota da Seda).

O presidente se candidatou para ingressar no banco na China. Foto:
“ Hoje, o que estamos fazendo é justamente abrir portas para outros lugares onde podem nos dar empréstimos melhores, com taxas melhores, impor menos condições e, o mais importante, nos emprestar dinheiro para coisas que não temos”, foi a mensagem de Alejandro Toro, presidente da Segunda Comissão da Câmara e representante do Pacto Histórico.
No entanto, essa entrada não significa que a Colômbia agora seja membro do bloco BRICS. Embora tenha havido propostas, esse passo não se consolidou, mas não está descartado que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva insista em convencer o presidente Petro.
Juan Pablo Penagos Ramirez
eltiempo