O presidente Gustavo Petro volta a falar sobre a constituinte e anuncia que apoiará as chapas parlamentares que defenderem a proposta.

O presidente Gustavo Petro voltou a falar sobre sua proposta de uma Assembleia Constituinte após seu governo. Em um longo tuíte, afirmou que essa é a única maneira de implementar as mudanças que propôs durante seu governo, que o Congresso não abordou. Ele também aproveitou a oportunidade para criticar novamente o sistema de eleição dos ministros do Tribunal Constitucional, referindo-se claramente à sua derrota na eleição de Carlos Camargo.
“Com um Congresso como o que o povo elegeu em 2022, reformas mais avançadas não são possíveis. As reformas trabalhista e previdenciária foram suficientes, e acho que foram um grande sucesso”, declarou Petro, acrescentando: “Mas a natureza clientelista da eleição do Congresso limita sua capacidade de enfrentar desafios mais democráticos.”
O presidente criticou a lentidão da reforma da saúde e mencionou a escolha de Camargo como o novo ministro do Tribunal Constitucional. "O Senado elegeu um ministro para a corte que ajudará a desfazer o que a Câmara dos Deputados conquistou na reforma da Previdência. O juiz presidente ainda está travando a reforma da Previdência. Ele espera que o novo ministro o ajude", disse.
O presidente começou a criticar a eleição de magistrados pelo Congresso, um sistema pelo qual nomeou dois de seus colaboradores mais próximos: o ex-secretário jurídico da Presidência, Vladimir Fernández, e o advogado Héctor Carvajal. Esse mecanismo supostamente prova a necessidade de uma assembleia constituinte para reformá-lo.
Sob essa lógica, ele afirmou: "Sem dúvida, a forma como um juiz é eleito, que cria um rastro de clientelismo em seus últimos anos até chegar a esse cargo, demonstra a relevância tanto das reformas sociais quanto da reforma do sistema de justiça para torná-lo poderoso em vez de clientelista. Para isso, a reforma constituinte é necessária."
Gustavo Petro afirmou que a única maneira de continuar a construir um Estado social de direito é por meio de uma assembleia constituinte. Nesse sentido, alertou que sua proposta sempre foi rejeitada por estar associada à reeleição, mas que essa não é sua intenção.
“Toda vez que falo da necessária Assembleia Constituinte, eles mencionam a reeleição. Bem, não há tempo para reeleição, então eu menciono novamente”, declarou. Segundo o presidente, esta Assembleia Constituinte deve se concentrar em “reformas sociais, adaptação às mudanças climáticas, garantia dos direitos das pessoas e reforma da justiça para acabar com a impunidade e garantir a verdade e a reparação às vítimas”.
Petro observou que esse processo deve ser conduzido por meio da coleta de assinaturas e com a ajuda do novo Congresso. Foi nesse momento que ele expressou seu apoio a listas que incluam essa proposta.
"Que a lista proposta seja uma lista pró-constituinte e que a ordem popular se torne realidade com suas assinaturas. Eles me perguntam: quem eu apoio? Apoio uma lista pró-constituinte para o Congresso e a Câmara dos Deputados", concluiu. Quanto a este último ponto, há dúvidas se isso não constitui participação política imprópria, visto que se refere diretamente ao apoio às próximas eleições.

O confronto entre Petro e Reyes. Foto:
Juan Sebastián Lombo Delgado
eltiempo