O presidente Gustavo Petro anuncia que a coalizão governista do Senado foi completamente reorganizada após a eleição de Carlos Camargo como juiz.

A eleição de Carlos Camargo como juiz do Tribunal Constitucional nesta quarta-feira, 3 de setembro, continua gerando repercussão. O presidente Gustavo Petro acaba de anunciar em sua conta no X que "a coalizão governista no Senado está completamente reorganizada. Seu objetivo mudou".

Tweet do Presidente Gustavo Petro. Foto: Captura de tela do X
A eleição do ex-ombudsman para o tribunal superior foi um duro golpe para o governo, tanto que o governo da Casa de Nariño teria pedido a renúncia dos ministros do Trabalho, Antonio Sanguino, das TIC, Julián Molina, e do Comércio, Diana Marcela Rojas.

Carlos Camargo é eleito novo juiz do Tribunal Constitucional. Foto: John Pérez / El Tiempo
De fato, o próprio presidente Petro havia alertado que, se María Patricia Balanta não fosse eleita, reestruturaria suas alianças com as forças políticas no Congresso. E, segundo informações obtidas pelo EL TIEMPO, essas três autoridades já foram solicitadas a renunciar porque os partidos que representam — o Partido Verde, o Partido U e o Partido Liberal, respectivamente — não apoiaram Balanta.
"A eleição do novo magistrado definirá todo o arcabouço de alianças no Congresso. Não podemos ceder àqueles que apoiaram o fascismo", declarou o presidente na segunda-feira, 1º de setembro, após ordenar ao seu partido que apoiasse a candidatura de Balanta na semana anterior, mesmo que ela não fosse de origem petrista ou de esquerda, como ele havia declarado.

María Patricia Balanta Medina, candidata à nomeação para o Tribunal Constitucional. Foto: Arquivo
De fato, esses ministros foram convocados da Casa de Nariño antes da votação e avisados de que, se o candidato do governo não vencesse, seriam destituídos. Isso foi confirmado a este jornal por pessoas próximas às autoridades.

Antonio Sanguino, Ministro do Trabalho Foto: Mintrabajo
Esperava-se um resultado apertado, mas terminou com uma vitória por 21 votos. Camargo obteve 62 votos e Balanta, 41. Isso significa que boa parte dos votos comprometidos, principalmente dos Liberais e do partido "U", acabaram indo para o ex-Ombudsman.
A princípio, Camargo parecia ter uma candidatura sólida e era praticamente a vencedora. No entanto, quando o presidente Petro ordenou que seu partido votasse em Balanta, a situação mudou e, em alguns casos, ela até emergiu como vencedora.
Por sua vez, Balanta contou com o apoio de setores do partido U, incluindo a governadora do Valle del Cauca, Dilian Francisca Toro, os Liberais e os Verdes, além de todo o partido governista. No entanto, no último minuto, Camargo, apoiada pela oposição, conseguiu se mobilizar e prevalecer.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS EDITORIAL
eltiempo