24 moradores de Chiapas identificados com dados biométricos na Polícia Estadual de Quintana Roo (SEMEFO)

TUXTLA GUTIÉRREZ, Chis., (apro) - Um total de 24 corpos de pessoas originárias de Chiapas permanecem no Serviço Médico Forense (SEMEFO) de Quintana Roo, sem serem reclamados por suas famílias. As autoridades os identificaram por meio de impressões digitais, mas até o momento não houve resposta ou contato de seus entes queridos.
A existência de corpos de moradores de Chiapas no SEMEFO (Serviço Eleitoral Nacional) em Quintana Roo tornou-se conhecida depois que a Procuradoria Geral da República (FGE) daquele estado divulgou os resultados iniciais da comparação de impressões digitais de 456 indivíduos falecidos não identificados ao Instituto Nacional Eleitoral (INE).
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no México e a Procuradoria-Geral de Quintana Roo lançaram uma plataforma digital com um banco de dados de indivíduos identificados, incluindo 24 moradores de Chiapas.
Os 161 corpos restantes são de Veracruz, Tabasco, Quintana Roo, Estado do México, Yucatán, Campeche, Guanajuato, Nuevo León e Tamaulipas.
Fontes do Governo Federal de Quintana Roo (FGE) informaram que os corpos foram encontrados em diversas circunstâncias e estão retidos no instituto forense de Cancún há vários meses. A maioria dos mortos são homens jovens, e alguns apresentam sinais de morte violenta.
"Além do sofrimento humano, o problema é agravado pela superlotação no necrotério: atualmente, há centenas de corpos não identificados aguardando exames forenses, o que está causando um colapso nos serviços forenses do estado", acrescentou a fonte.
Em resposta, o Ministério Público criou uma linha direta para que os familiares possam verificar se algum ente querido está entre os corpos identificados: (998) 881 7150, ramal 2130.
Durante vários anos, agricultores indígenas — principalmente Tsotsil e Tseltal — têm migrado para a Riviera Maya para trabalhar em cidades como Cancún, Playa del Carmen, Tulum e outras áreas turísticas em Quintana Roo, por uma combinação de razões econômicas, sociais e estruturais.
A constante demanda por mão de obra nos setores de hotelaria, restaurantes e construção civil frequentemente favorece a contratação de trabalhadores indígenas por serem considerados "trabalhadores esforçados" ou por receberem salários menores. Embora os salários nem sempre sejam justos, eles representam uma melhoria significativa em comparação com a renda rural em Chiapas.
Os 24 moradores de Chiapas que vieram trabalhar para Quintana Roo são originários dos municípios de Tila, Chanelhó, Villa Comaltitlán, Las Margaritas, San Cristóbal de las Casas, Palenque, Chilón, Chapultenango, Tuxtla, Ocosingo, Altamirano, Oxchuc e San Juan Cancuc.
Em muitos estados, corpos não reclamados acabam em valas comuns forenses, dificultando a identificação posterior, mesmo por DNA.
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