Prostituição 'entra' na lista de atividades económicas do INE

O guia interpretativo para a Classificação Nacional de Atividades Económicas (CNAE) de 2025 do Instituto Nacional de Estatística (INE) inclui a "prestação ou organização de serviços sexuais" na rubrica "outros serviços pessoais". Isto porque se insere no quadro da harmonização europeia, que ignora as diferenças jurídicas e sociais entre os Estados-Membros. No entanto, o Ministério da Igualdade já anunciou que está a colaborar com o Departamento de Estatística para excluir a prostituição da lista e que solicitará ao Comissário Europeu para a Igualdade que a adapte ao ordenamento jurídico de cada país.
Em termos gerais , a lista mais recente da CNAE no site do INE é uma tradução literal da classificação publicada pelo Eurostat, que inclui serviços sexuais, entre outras atividades, como astrologia e espiritualidade, encontros ou outros tipos de redes de contactos, ou encantamentos de cavalos. No entanto, nenhuma destas — nem muitas outras — foi transferida para o Decreto Real n.º 10/2025, de 14 de janeiro, que aprova a Classificação Nacional de Atividades Económicas 2025 (CNAE-2025), "pelo que não tem efeito legal [...] a sua menção é um automatismo que advém da prática europeia, e estamos a trabalhar na sua exclusão", afirmou a Ministra da Igualdade, Ana Redondo, no início desta semana.
Assim, o guia, que consta nas notas explicativas e é publicado pelo INE, é uma tradução literal do guia interpretativo europeu, que não leva em conta as diferenças jurídicas e sociais entre os Estados-membros, explica a Equality, que soube da controvérsia após receber uma advertência de associações feministas: "Elas foram as primeiras a nos colocar no caminho certo e quero agradecer o zelo que têm em acompanhar todas as questões que afetam a violência contra as mulheres", indicou Redondo.
A tarefa agora é reformular a lista, tarefa que o Ministério da Igualdade já está desenvolvendo em conjunto com o Ministério da Economia, Comércio e Empresas e o INE (Instituto Nacional de Estatística e Censos) para "adaptar o guia interpretativo mais à realidade espanhola", de modo que não inclua atividades relacionadas à prostituição. A ministra também anunciou que enviará uma carta ao Comissário Europeu para a Igualdade para adaptar a lista de atividades econômicas ao ordenamento jurídico de cada país.
Redondo insistiu que a "coerência" do governo continua a avançar com um projeto de lei para abolir a prostituição.
Nesse sentido, a UGT (União dos Trabalhadores Espanhóis) manifestou nesta quinta-feira seu apoio à proposta do Ministério para que o INE (Instituto Nacional de Estatística e Censos) exclua "a prestação ou mediação de serviços sexuais" do CNAE (Conselho Nacional Eleitoral). O sindicato considera que sua inclusão "legitima a prostituição como se fosse uma atividade econômica normal e, portanto, tacitamente, o tráfico para fins de exploração sexual, o proxenetismo, a exploração sexual de mulheres e uma das formas de violência contra as mulheres", algo que o Pacto Estatal contra a Violência contra as Mulheres "tenta combater".
eleconomista