Preços de ações de fabricantes de armas sobem devido a possível investimento estatal

As ações das empresas de armas listadas em Wall Street subiram na terça-feira depois que líderes militares do governo do presidente Donald Trump estão "pensando" se os Estados Unidos devem assumir participações acionárias em grandes contratantes de defesa, que vendem seus produtos principalmente para o governo.
De acordo com o site do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), a maioria das ações das cinco maiores empresas de armas e serviços militares são de origem americana.
Primeiro, as ações da Lockheed Martin, a maior empresa de armas e serviços militares, subiram 1,73%, para US$ 455,46.
A Raytheon Technologies (RTX), segunda maior empresa de defesa do mundo em produção, viu suas ações subirem 2,11%, para US$ 159,57.
As ações da Northrop Grumman, uma empresa aeroespacial e de defesa dos EUA, subiram 1,07%, para US$ 593,02.
Enquanto isso, as ações da General Dynamics, empresa dedicada ao setor aeroespacial e militar, subiram 0,72%, para US$ 322,18, e a Palintir, desenvolvedora de software especializada em análise de dados e inteligência artificial, fechou em alta de 2,35%, para US$ 160,87.
Outras empresas que também reagiram positivamente ao anúncio incluem a GE Aerospace, uma importante fornecedora de motores de aeronaves, que subiu 2,78%, e a L3Harris Technologies, uma contratada de defesa e provedora de serviços de tecnologia, que subiu 0,54%.
O aumento nos estoques de armas ocorre após declarações do Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, sobre a meta do governo republicano de ter uma participação maior no setor de defesa.
O funcionário afirmou que uma das empresas em que o governo poderia investir é a Lockheed Martin, que tem foco nas indústrias aeroespacial e militar, já que, segundo ele, a maior parte da receita dessa empresa vem do próprio governo.
"Eles estão considerando isso", disse Lutnick à CNBC, citando líderes do Pentágono, quando questionado se o governo estava considerando tomar medidas contra contratantes como Lockheed Martin, Boeing ou Palantir Technologies.
Há muito o que discutir sobre como financiar a aquisição de munição”, explicou.
"Há um debate acalorado sobre defesa. A Lockheed Martin obtém 97% de sua receita do governo dos EUA. Eles são basicamente um braço do governo dos EUA", acrescentou.
Mais participação do Estado
Analistas da Monex Casa de Bolsa destacaram que "Donald Trump fará acordos com outras empresas, como a Intel. Isso ocorre após assumir uma participação de 10% na Intel, em um acordo com a fabricante de chips em dificuldades, que converte subsídios do governo em participação acionária."
Especialistas da GBM Research confirmaram que a Lockheed Martin expandiu suas alianças estratégicas com várias empresas, incluindo a Korea Aerospace Industries, fortalecendo sua presença no setor aeroespacial asiático.
“A Lockheed Martin, uma das principais contratantes de defesa dos Estados Unidos, busca consolidar alianças importantes na região para acelerar o desenvolvimento e a exportação de tecnologias militares avançadas”, escreveram em um estudo.
A notícia surge depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na segunda-feira que seu governo havia obtido uma participação de 10% na Intel, empresa de tecnologia que projeta e fabrica processadores de computador.
O governo interveio anteriormente para concluir a compra da US Steel, uma produtora de aço, pela japonesa Nippon Steel em junho, adquirindo o que Trump chamou de "ação de ouro" que dá a Washington uma palavra a dizer em suas operações.
Wall Street subiu após a demissão de Lisa Cook do Federal Reserve
Os principais índices de Wall Street subiram na terça-feira, com otimismo moderado antes do relatório trimestral da NVIDIA e da demissão da governadora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook.
O Dow Jones Industrial Average, que inclui 30 ações, subiu 0,30%, para 45.418,07 pontos, enquanto o S&P 500, que inclui as empresas mais valiosas, ganhou 0,41%, para 6.465,89 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,44%, para 21.544,27 pontos.
"Os resultados vêm apesar de alguns catalisadores de risco observados durante a sessão, como a disputa entre Trump e Lisa Cook, uma integrante do Fed que Trump demitiu e que tentará processá-lo pela demissão", escreveram analistas do Banamex.
Eles também afirmaram que a confiança do consumidor americano caiu ligeiramente em julho, recuando 1,3 ponto, para 98,7. "Os dados mostram que o sentimento do consumidor permaneceu estável, ainda indicando alguma cautela em relação ao ambiente de negócios atual, mas sem sinais de piora."
"A comunidade do mercado financeiro está cada vez mais preocupada com essa independência. É uma preocupação real de longo prazo. Mas, no curto prazo, quanto a trajetória da política monetária mudará nos próximos seis a 12 meses? Acho que já estamos prevendo uma política monetária mais frouxa nos próximos seis a 12 meses", disse Bill Merz, diretor de Pesquisa de Mercados de Capitais do US Bank Wealth Management.
"Haverá mudanças modestas nos principais ativos globais, embora com alta incerteza devido às ramificações da demissão de Cook do Fed pelo presidente Trump", enfatizaram analistas do Banorte.
Eles acrescentaram que a demissão de Cook ocorreu junto com duras críticas de Trump à política monetária do Federal Reserve e ao seu presidente, Jerome Powell, alimentando preocupações sobre possíveis efeitos na independência do banco central.
Enquanto isso, os mercados de ações mexicanos fecharam em baixa, estendendo sua sequência negativa do dia, já que os participantes do mercado estão monitorando de perto as notícias do Fed.
O índice S&P/BMV IPC, principal índice da Bolsa Mexicana de Valores (BMV), que inclui as ações locais mais negociadas, caiu 0,62%, para 58.132,40 pontos.
O índice FTSE-BIVA da Bolsa de Valores Institucional (Biva) caiu 0,72%, a 1.163,77 pontos.
Eleconomista