O setor imobiliário está consolidando suas bases tecnológicas com os pilares do big data.

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O setor imobiliário está consolidando suas bases tecnológicas com os pilares do big data.

O setor imobiliário está consolidando suas bases tecnológicas com os pilares do big data.

Relatórios indicam que o grau de digitalização no setor continua baixo. No entanto, como evidenciado esta semana no Salão Internacional Imobiliário de Madri (SIMA), o setor está intensificando sua revolução tecnológica. O potencial do uso de ferramentas digitais é enorme em uma ampla variedade de áreas do setor e, graças a elas, estamos vendo, por exemplo, como os prazos de conclusão de projetos e de aquisição de moradias estão ficando mais curtos, ou até mesmo como os usuários estão vendo prazos mais curtos para finalmente comprar uma casa. Big data, IA, chatbots, blockchain… cada ferramenta tem muitas possibilidades e está se tornando cada vez mais utilizada. Dados são o novo maná do setor. De acordo com dados da Gloval Building Value, 85% das empresas imobiliárias adotaram big data para melhorar seus processos de tomada de decisão e otimizar suas operações. Enquanto a plataforma Allaboutia.com, dedicada a analisar os usos da IA ​​em diferentes setores, afirma que 36% das empresas do setor imobiliário usam IA, e esse número deve aumentar para 90% até 2030. Além disso, 63% das empresas imobiliárias relataram aumentos em sua receita após a implementação da IA, enquanto 49% experimentaram reduções de custos, diminuindo as despesas operacionais em até 15%.

Gerardo Raido, diretor de marketing da Accumin Espanha, explica que o big data está transformando o setor imobiliário de duas maneiras principais: decisões mais inteligentes e processos mais eficientes. "Por um lado, permite-nos analisar riscos, antecipar desenvolvimentos de mercado e detetar oportunidades com uma precisão antes impensável. Por outro, otimiza operações tão diversas como a logística de uma construtora ou o planeamento das equipas de vendas de uma agência", sublinha. Ele acredita que em um mercado ainda tradicional como o espanhol, aliar experiência com big data e tecnologia faz a diferença. "E isso não afeta apenas os grandes players: para a maioria das pessoas, a casa é seu principal bem, e não podemos nos dar ao luxo de tomar decisões às cegas", ressalta. A Accumin é um grupo internacional especializado em avaliação e consultoria imobiliária, software e inteligência de dados.

Lembre-se também de que grandes fundos de investimento e bancos usam ferramentas baseadas em dados para avaliar ativos, avaliar riscos e tomar decisões rapidamente. Eles também revolucionaram a forma como acessamos a oferta imobiliária, tanto por meio da gestão interna quanto de plataformas online. Os dados deixaram de ser uma ferramenta auxiliar para se tornarem o núcleo do negócio, acrescenta. Em sua opinião, o uso de ferramentas digitais pode ter um impacto significativo no setor de desenvolvimento. "Passar do modelo padrão para projetos baseados em dados reais (da seleção do terreno à definição do produto) é fundamental para responder a novas formas de viver: apartamentos compactos, áreas comuns ou moradias flexíveis", ressalta Raido. Mas também há muito espaço para melhorias entre pequenos proprietários e investidores individuais, "que ainda tomam decisões com base em rumores de mercado". E considerando que, para muitos, sua casa representa seu maior patrimônio, "tomar decisões informadas não é mais um luxo: é uma necessidade", enfatiza o diretor de marketing da Accumin Espanha. Os dados permitirão cada vez mais antecipar cenários e reduzir a incerteza. "Não estamos falando de adivinhar o futuro, mas sim de prevê-lo com maior probabilidade e confiabilidade", acrescenta.

A Accumi consolidou seus negócios globais de dados, insights e inteligência artificial em uma nova empresa chamada Accumin Intelligence, integrando a experiência e as soluções inovadoras das empresas espanholas Deyde, Datacentric e Urban Data Analytics, o negócio de avaliação automatizada (AVM) da Tinsa Digital e a empresa alemã on-geo. Eles acabaram de lançar o Accumate, uma plataforma que permite gerenciar e monitorar portfólios imobiliários com precisão e visão de futuro. "Nossos clientes já usam nossas soluções para avaliações automatizadas, localização ideal de negócios, análise de risco climático e modelos de inteligência artificial que fornecem insights importantes sobre eficiência energética", explica Gerardo Raido. O que realmente os diferencia é que, além de termos um amplo banco de dados imobiliários, "também trazemos um nível único de análise, experiência e tecnologia para esses dados. Na Accumin Intelligence, dados não são apenas números: são conhecimento útil, contextualizado e acionável", ressalta. Outra solução é o Accumin Data House, que oferece acesso em tempo real a todos os dados e modelos de inteligência artificial da empresa.

Em outubro passado, o portal imobiliário Fotocasa lançou o Fotocasa brAIn, uma plataforma de inteligência artificial especializada em resolver problemas do setor imobiliário espanhol. Uma IA criada usando a tecnologia GPT Chat com o objetivo de ajudar qualquer pessoa a resolver seus problemas de moradia. Desde questões sobre comprar, alugar ou vender uma casa até decoração, subsídios ou reformas, entre muitas outras preocupações. Segundo a Fotocasa, esta ferramenta respondeu a quase 10.000 perguntas e consultas sobre o mercado imobiliário espanhol nos primeiros quatro meses. "A plataforma visa simplificar o processo de compra, venda ou aluguel, facilitando o acesso a informações imediatas, precisas e personalizadas sobre quaisquer questões relacionadas ao setor imobiliário, desde questões legais até subsídios e subsídios, incluindo financiamento imobiliário, serviços públicos e decoração de interiores", explica o portal.

María Matos, sua Diretora de Estudos e porta-voz, acredita que esta ferramenta "pode ​​ter um longo caminho a percorrer, pois estamos ajudando muitos espanhóis com suas preocupações imobiliárias e sabemos que uma parcela significativa da população ainda não está acostumada ao uso diário de ferramentas de inteligência artificial, por isso esperamos alcançar muito mais pessoas que precisam".

Outro exemplo de aposta na tecnologia pode ser visto na franquia imobiliária Keller Williams, que atua na Espanha desde 2015 e conta com 700 profissionais imobiliários associados ao nosso país. Há alguns meses, eles lançaram o KWIQ, um assistente inovador com tecnologia de IA que se integra à plataforma Command, na qual a empresa já investiu mais de € 1 bilhão nos últimos anos. O KWIQ foi projetado para fornecer assistência em tempo real, a qualquer hora e em qualquer lugar, permitindo que os agentes obtenham respostas específicas às suas perguntas sobre o mercado imobiliário, tendências e muito mais. tudo em espanhol. Ele também facilita a criação de conteúdo para boletins informativos, postagens em mídias sociais e descrições de propriedades.

A empresa espera que o KWIQ evolua para ser capaz de gerar análises de mercado em tempo real e fornecer dados e insights importantes para otimizar a tomada de decisões. "Nosso compromisso é continuar desenvolvendo recursos que economizem tempo e dinheiro para nossos agentes, integrando todos os dados de mercado para oferecer uma experiência excepcional aos nossos clientes", enfatiza Leonardo Cromstedt, presidente da Keller Williams Espanha e Andorra.

Outro setor onde a digitalização é mais perceptível é o de consultoria financeira hipotecária, com o surgimento de um número significativo de startups de fintech-proptech buscando garantir as melhores condições de mercado para as hipotecas de seus clientes individuais. No caso de uma delas, a Gibobs.com, "graças ao uso de toda essa tecnologia aliada à nossa excelente equipe humana, conseguimos reduzir consideravelmente o tempo de assinatura de uma hipoteca, diminuindo-o em até um mês em alguns casos, enquanto a média do setor gira em torno de três meses", explica Jorge González-Iglesias Baeza, seu CEO.

Esses são apenas alguns exemplos de como a cultura de dados se consolidou como um pilar indiscutível de eficiência para o setor.

A conexão direta com as emoções do comprador

Esta semana, a SIMA foi uma plataforma para apresentação de novas propostas de empreendedores, onde a inovação marcou forte presença. Uma das novidades foi apresentada no estande da Gilmar, onde a empresa revelou o NeuroHomes, uma ferramenta pioneira que combina sensores biométricos com tecnologia de realidade virtual para analisar as emoções dos usuários (conscientes e inconscientes) enquanto eles exploram suas ofertas de moradia. "Conseguimos mensurar as emoções das pessoas quando elas olham para nossas casas", explica Ignacio Mallagray, diretor de marketing da Gilmar. "Você se conecta com o cliente por meio da emoção", acrescenta. O objetivo final é ajudar você a encontrar a casa que realmente reflita seu jeito de sentir e viver, e que nem sempre corresponde à sua ideia inicial.

A Gilmar revelou sua nova tecnologia na SIMA esta semana.

Essa tecnologia, projetada pela empresa, permite que as reações emocionais dos usuários sejam registradas em tempo real graças a sensores biométricos de alta precisão. Os dispositivos usados ​​medem parâmetros como pulso, temperatura, resistência galvânica da pele, variabilidade da frequência cardíaca e atividade cerebral, fornecendo uma imagem detalhada do estado emocional do usuário enquanto visualiza propriedades por meio de óculos de realidade virtual.

Durante a SIMA, as pessoas puderam testar essa ferramenta colocando óculos de realidade virtual que exibiam fotos de quatro promoções diferentes da Gilmar. Ao medir dados biométricos, que incluem 16 parâmetros, e dados cerebrais, o programa conseguiu registrar os lados mais emocionais e racionais do cliente e, após analisá-los, identificar qual casa é mais adequada para ele. Isso resulta em uma busca mais personalizada, empática e eficiente. E tudo isso em apenas alguns minutos e de uma forma amigável e fácil de usar.

“Na Gilmar, estamos convencidos da importância do aconselhamento personalizado; é essencial, mas também apostamos na inovação”, começa Jesús Gil Marín, CEO da imobiliária. Ele está muito satisfeito com o lançamento do NeuroHomes, "um novo empreendimento cujo sucesso veremos". A ideia é que esses óculos virtuais estejam disponíveis nos mais de 40 escritórios que eles têm espalhados pelo país.

Gil Marín lembra que a tecnologia os ajudou muito na venda de imóveis em momentos como a pandemia, permitindo que os clientes fizessem tours virtuais. "Estar em casa é importante na hora de comprar, mas os tours virtuais ajudam muito na escolha inicial e são essenciais na hora de lidar com clientes estrangeiros", ressalta o CEO da Gilmar.

O comprometimento do setor imobiliário com a tecnologia pode levar a crer que ele está tentando se conectar com um público mais jovem. Mas, como ressalta Jesús Gil Marín, "os jovens são os que têm mais dificuldade em arcar com os altos preços das moradias, por isso não são os clientes mais comuns".

ABC.es

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