Famílias menores, maiores desafios económicos

Dia da Família
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O envelhecimento do país é uma realidade cada vez mais evidente, não só pela redução de nascimentos e pelo lento declínio das mortes, mas também porque as famílias parecem estar ficando menores e as gerações mais jovens têm demonstrado relutância em ter filhos grandes.
A atualização mais recente sobre o tema foi a Pesquisa Nacional de Qualidade de Vida de 2024, realizada pelo DANE (Banco Nacional de Desenvolvimento), que incluiu dados que chamaram a atenção do Centro de Estudos Econômicos (ANIF), organização que há muito tempo alerta sobre o declínio contínuo do número médio de pessoas por domicílio na Colômbia.
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Para eles, esta tendência, que reflete um fenómeno estrutural mais profundo associado ao declínio da taxa de natalidade, coloca desafios significativos para a sustentabilidade económica e social do país; já que são esperados impactos futuros no trabalho, nas pensões e na produtividade empresarial.
Usando dados do Instituto Nacional de Estatística (DANE), esta equipe de analistas estima que entre 2019 e 2024, o número médio de moradores por domicílio caiu de 3,1 para 2,86, o que representa uma redução de 7,74% em apenas cinco anos.

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"Esse fenômeno foi mais pronunciado nas capitais municipais, onde a queda foi de 8,44%, enquanto nos centros populosos e áreas rurais dispersas, embora a queda também seja significativa, foi menor, com uma queda de 5,68%. Essas mudanças demográficas têm sérias implicações para o sistema de proteção social, em particular para os sistemas de previdência e saúde", enfatizaram.
Problemas estruturaisO declínio no tamanho das famílias está intimamente ligado ao declínio nas taxas de natalidade, que foi mais rápido do que o esperado. Entre 2020 e 2024, nasceram aproximadamente 841.000 crianças a menos do que o projetado, um número comparável à população total de Cúcuta, segundo estimativas da Anif.
Dito isto, para eles, tudo isso gerou um envelhecimento progressivo da população que, aliado ao aumento da expectativa de vida, poderá limitar o crescimento econômico do país a médio e longo prazo; gerando um impacto que eles descreveram como considerável se não for abordado a tempo.
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"À medida que a população envelhece e a proporção de jovens que entram no mercado de trabalho diminui, a capacidade produtiva do país fica ameaçada. Além disso, se os jovens que permanecem no sistema produtivo não gerarem poupança suficiente para compensar a despoupança das gerações mais velhas, o investimento de capital poderá ficar comprometido", explicaram.
Por outro lado, um dos maiores desafios decorrentes dessa situação está no sistema previdenciário, principalmente com a recente expansão do sistema de repartição para 2,3 salários mínimos. O governo colombiano enfrenta uma pressão financeira crescente, pois se o número de pessoas em idade de aposentadoria aumentar sem ser compensado por um crescimento proporcional da população economicamente ativa, a sustentabilidade do sistema previdenciário estará em risco.

Nascimentos
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O relatório também alerta que o sistema de saúde não escapará dos efeitos dessa transição demográfica, já que, com o envelhecimento da população, aumentará a demanda por serviços médicos especializados em doenças crônicas e cuidados de longa duração, o que aumentará os gastos com saúde pública e exigirá uma reestruturação do modelo de financiamento para garantir o atendimento integral à população idosa. Diante de tudo isso, Anif concluiu afirmando que o país deve se preparar para enfrentar um déficit previdenciário considerável caso não sejam tomadas medidas adequadas e que é fundamental reformar o sistema para torná-lo mais sustentável diante do evidente envelhecimento da população.
Dessa forma, eles concluíram recomendando diversas propostas, como incentivar a participação da população mais velha na economia e promover políticas que estimulem a natalidade, como subsídios para famílias jovens e políticas de conciliação entre vida profissional e pessoal que permitam ter mais filhos sem afetar a renda familiar.
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