A taxa de desemprego nos EUA sobe para 4,3% em agosto.

A economia dos EUA criou menos empregos do que o esperado em agosto, e a taxa de desemprego ficou em 4,3%, alimentando expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve.
Os Estados Unidos criaram 22.000 novos empregos no mês passado, abaixo dos 79.000 em julho, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento do Trabalho.
Analistas esperavam 75.000 criações de empregos, de acordo com o consenso publicado pelo MarketWatch.
A taxa de desemprego subiu para 4,3%, em comparação com 4,2% em julho e 4,1% em junho. Este é o nível mais alto desde o último trimestre de 2021.
Esta publicação pode finalmente convencer o Federal Reserve (Fed, banco central) dos EUA a reduzir as taxas de juros para apoiar a economia em sua próxima reunião em 17 de setembro.
O crescimento do emprego em junho, estimado anteriormente em 14.000, foi revisado para uma queda de 13.000, segundo o relatório. As contratações de julho foram ligeiramente revisadas para cima.
Os números de emprego nos EUA costumam ser um dado essencial que os analistas monitoram de perto, pois geralmente influenciam como o Federal Reserve ajusta as taxas de juros, outra das principais prioridades do presidente Donald Trump.
Os números de sexta-feira estão sob escrutínio especial depois que o fraco desempenho dos dados de julho divulgados no mês passado levou Trump a alegar que os números foram "manipulados" e a demitir o comissário de estatísticas trabalhistas.
A análise dos números indica que o setor de saúde aumentou as contratações, enquanto o setor público (federal) teve um declínio acentuado, coincidindo com os cortes do governo Trump.
Ao demitir a comissária Erika McEntarfer no mês passado, Trump a acusou de "falsificar" dados de emprego para aumentar as chances de vitória dos democratas na recente eleição presidencial.
Ele também criticou as revisões para baixo nos números de contratações, que "sempre dão negativo", protestou Trump.
Mas a economista-chefe da Nationwide, Kathy Bostjancic, disse à AFP que as revisões de dados estão acontecendo porque as taxas de resposta à pesquisa caíram.
Se as empresas responderem com atraso, os números deverão ser atualizados para refletir os dados recebidos. A tensão em torno da coleta de dados públicos do mercado de trabalho não é nova; surgiu há pouco mais de um ano.
Em agosto de 2024, no meio da campanha eleitoral, o Bureau of Labor Statistics anunciou uma revisão acentuada para baixo na criação de empregos: 818.000 empregos a menos entre março de 2023 e março de 2024 do que o anunciado.
A desaceleração nas contratações tem sido perceptível até agora neste ano, de acordo com o economista sênior da KPMG, Kenneth Kim.
"Dados recentes destacam um equilíbrio frágil no mercado de trabalho: a demanda e a oferta de mão de obra diminuíram, enquanto as demissões permanecem limitadas", disse Daco.
Ele também alertou que a taxa de participação na força de trabalho provavelmente diminuirá um pouco, já que as políticas de imigração mais rígidas do governo Trump restringirão cada vez mais os fluxos de trabalhadores nos próximos meses.
O governo do presidente republicano lançou uma grande repressão à imigração ilegal, que ele acusa de reduzir salários e condições de trabalho.
ABC.es