OnlyFans recorre à inteligência artificial: qual o impacto disso nos milhares de empregos que criou?

OnlyFans , a plataforma que revolucionou a monetização de conteúdo adulto, está começando a usar inteligência artificial para substituir os chamados chatters , funcionários que gerenciam mensagens privadas entre criadores e seguidores. Essas interações, essenciais para a experiência do usuário e a receita do perfil, não são mais sempre escritas por pessoas reais.

Em muitos casos, as empresas treinam chatbots com registros de conversas para imitar o estilo dos criadores e incentivar os assinantes a gastar. A automação é especialmente ameaçadora para trabalhadores em países como Filipinas, Índia e Paquistão, onde o chat se tornou uma importante fonte de emprego.

O fenômeno não é exclusivo do OnlyFans. No mundo da publicidade, o caso do ator americano Scott Jacqmein expõe os riscos dessa tecnologia. Em 2023, ele licenciou sua imagem para o TikTok por US$ 750, e hoje seu rosto aparece em centenas de anúncios gerados por IA, sem receber royalties ou controle sobre o uso de seu avatar digital.

Ferramentas como ChatPersona, FlirtFlow e Botly permitem segmentar seguidores com base no nível de gastos e automatizar mensagens personalizadas. Em alguns casos, uma simples mensagem de texto iniciada por um bot gerou gorjetas de até US$ 1.000.

No entanto, esse desenvolvimento abre um debate sobre autenticidade. Alguns criadores argumentam que a chave é manter os fãs engajados, mesmo que seja por meio de algoritmos, enquanto outros buscam um equilíbrio: confiar na IA e, ao mesmo tempo, manter alguma interação humana.

Para os criadores, a IA é uma forma de maximizar a receita. Para os usuários de chat, no entanto, significa o potencial desaparecimento de uma função que, até recentemente, sustentava grande parte do modelo de negócios da plataforma.