Há 4.000 anos ele foi baleado nos Pireneus: sua costela foi encontrada com uma flecha cravada nela.

Uma costela humana com mais de 4.000 anos , perfurada por uma ponta de flecha de sílex, no alto dos Pireneus espanhóis . Foi o que um grupo de arqueólogos espanhóis encontrou, revelando que o indivíduo a quem pertencia viveu durante o início da Idade do Bronze. E, curiosamente, o trauma brutal não foi fatal, de acordo com a investigação.

O indivíduo sobreviveu e o osso ao redor do ferimento sarou, o que significa que ele viveu o resto da vida com a ponta de flecha de sílex cravada na costela, relata a Live Science . Arqueólogos encontraram o osso durante escavações recentes em uma caverna funerária pré-histórica conhecida como Roc de les Orenetes, nos Pireneus Catalães.

O sexo ou a idade da pessoa ferida no momento da morte ainda não foram informados, mas o comunicado afirma que ele foi baleado nas costas: "O tiro ficou alojado no osso, que mostra sinais de cicatrização, indicando que a pessoa sobreviveu por algum tempo após o ferimento."

As escavações no Roc de les Orenetes estão em andamento desde 2019 e são dirigidas por Carlos Tornero (arqueólogo pré-histórico da Universidade Autônoma de Barcelona). Até o momento , mais de mil ossos humanos foram encontrados na caverna, e a datação por carbono situa os sepultamentos entre 4.100 e 4.500 anos atrás.

"A flecha foi disparada nas costas e ficou alojada no osso, que mostra sinais de cura."

De fato, de acordo com um estudo publicado no ano passado no American Journal of Biological Anthropology , pelo menos 51 pessoas de várias idades e ambos os sexos foram enterradas na caverna. E sabe-se que pelo menos seis pessoas se envolveram em brigas fatais. Os ferimentos identificados nesta análise preliminar localizavam-se principalmente na parte superior do corpo , particularmente nos membros superiores e nas costelas; em um caso, o antebraço de uma pessoa foi até amputado.

"Estas evidências representam comportamento violento recorrente e evidências de violência interpessoal na altitude mais alta dos Pireneus — a 1.836 metros acima do nível do mar", escreveram os pesquisadores. Mesmo nas condições geográficas mais adversas, é evidente que conflitos de pequena escala surgiram, resultando em feridos e mortos.

A caverna do Roc de les Orenetes é um dos poucos cemitérios de alta montanha da Europa com um conjunto humano tão grande e bem preservado, oferecendo uma visão única das vidas, mortes e dinâmicas sociais (incluindo episódios de violência) das comunidades montanhosas da Idade do Bronze . A costela recém-descoberta com a ponta de flecha incrustada passará agora por análise de microtomografia de raios X, bem como por análises químicas e de DNA , para que possamos aprender mais sobre as vidas e mortes das pessoas enterradas na caverna do Roc de les Orenetes há quatro milênios.