Embriões humanos podem combater bactérias, segundo estudos

De acordo com um estudo publicado na revista Cell Host and Microbe , os embriões de peixe-zebra usam as células epiteliais em sua superfície para destruir bactérias que podem causar infecções, um mecanismo também presente em embriões humanos.
A equipe liderada por pesquisadores espanhóis conseguiu filmar como um embrião de peixe de alguns dias se defendeu de uma potencial infecção bacteriana, usando células epiteliais para ingerir e destruir bactérias por meio de um processo chamado fagocitose, semelhante ao realizado pelos glóbulos brancos.
Essa capacidade de eliminar bactérias também está presente em embriões humanos, de acordo com o estudo, liderado pelo Instituto de Biologia Molecular de Barcelona (IBMB) do CSIC e pelo Instituto de Pesquisa Biomédica de Bellvitge (IDIBELL).
Veja: A que horas vai chover no sábado, 21 de junho, em Guadalajara? O que dizem as pesquisas?Utilizando técnicas de microscopia de ponta, a pesquisa demonstra como as células capturam bactérias como Escherichia coli e Staphylococcus aureus através de pequenas saliências em sua membrana. No início do desenvolvimento, antes da implantação no útero e da formação dos órgãos, os embriões já possuem uma forma de defesa que lhes permite eliminar infecções bacterianas.
Este é um sistema que "pode representar a origem da imunidade", destaca Esteban Hoijman, do IBMB e líder da pesquisa, em um comunicado do CSIC.
Esse processo funciona como um mecanismo de fagocitose. Ele ativa genes imunológicos nessas células, elimina bactérias com eficácia e contribui para o desenvolvimento embrionário adequado em caso de infecção. Esta é a primeira interação entre o organismo em desenvolvimento e seu microambiente biológico.
No início do desenvolvimento, os embriões são expostos a múltiplas mudanças em seu ambiente que podem representar uma ameaça, já que ainda não desenvolveram o sistema imunológico que os protege.
Leia: Menos migrantes de Jalisco serão repatriados dos EUA em 2025.Até agora, não se sabia como um embrião reage às bactérias, e pesquisas revelam que as capacidades imunológicas começam muito antes da existência dos glóbulos brancos. Hoijman acredita que isso pode ajudar "no futuro a melhorar a fertilidade, prevenir malformações embrionárias e desenvolver novas terapias reprodutivas".
A descoberta também levanta a necessidade de entender mais detalhadamente a população de bactérias que podem colonizar o útero, diferenciando entre invasores — e potenciais patógenos — e outros potenciais residentes que podem ter efeitos benéficos na fisiologia reprodutiva, acrescenta o artigo.
A pesquisa contou com a participação de pesquisadores espanhóis do Centro de Regulação Genômica (CRG) de Barcelona; da Universidade Pompeu Fabra (UPF); do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC); da Universidade de Barcelona (UB); do Hospital Universitário Dexeus; e do ICREA.
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