Resultados das eleições judiciais: era isso que eles queriam?

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Resultados das eleições judiciais: era isso que eles queriam?

Resultados das eleições judiciais: era isso que eles queriam?

A cada dia que passa, o fracasso da eleição judicial se torna mais evidente. Não em termos políticos, já que o Morena terá o controle absoluto do Supremo Tribunal, do Tribunal Disciplinar e dos juízes. Eles o teriam obtido de qualquer maneira. Com as maiorias que têm na Câmara, independentemente de serem ou não, era questão de tempo: até 2026, teriam oito dos onze juízes e o controle total do Judiciário. A eleição custou uma fortuna, uma fortuna que é urgentemente necessária em outros lugares, porque, embora a tenham barateado removendo metade das urnas, gastamos sete bilhões de pesos em um processo que não deu ao Judiciário a legitimidade esperada e, ao contrário, ficou claro que o chamado povo não tinha o menor interesse em eleger juízes e magistrados. O que o povo quer é justiça, e isso não será alcançado com o Judiciário que está se formando.

O caso mais patético é a eleição de Silvia Delgado, que foi advogada de El Chapo Guzmán e agora será juíza criminal em Chihuahua. Ela recebeu a segunda maior votação em sua jurisdição. Talvez, como ela afirma, seja apenas uma acadêmica que colocou seu conhecimento nas mãos de quem pagou mais, no caso dela, El Chapo, mas poderia ter sido qualquer um que a pagasse. O problema é que ela passou por todos os critérios de eleição e ninguém disse nada. Delgado foi indicada pelo poder executivo de Chihuahua, ou seja, pelo governo do deputado do PAN, Maru Campos.

Será que os poderes constituídos vão avalizar os juízes, magistrados e ministros que propuseram? Eles, e somente eles, poderiam propor candidatos. Então, se um juiz ou magistrado proposto por um governador ou pela própria presidente se corromper, responderão como endossos? Porque foi isso que fizeram quando os propuseram: endossaram seu histórico e idoneidade. O caso de Silvia Delgado é o mais visível, mas há outros vinte como ela, segundo a organização Defensorxs, presidida por Miguel Meza e que tem realizado um dos monitoramentos mais atualizados da eleição. Há muitos outros que passaram pelos filtros dos poderes constituídos e não cumprem os requisitos constitucionais para a eleição, alguns deles absurdos, como ter nota nove na disciplina que pretendem cursar e média mínima de oito na sua graduação. Ou seja, os representantes dos poderes que detêm o monopólio dos candidatos não foram nem bons em revisar currículos.

A Secretária do Interior, Rosa Icela Rodríguez, já sugeriu a possibilidade de reformar o sistema judiciário antes das eleições de 2027. A questão é se os governantes agora ouvirão as críticas ou continuarão caminhando sozinhos, surdos e orgulhosos, para o buraco que eles próprios cavaram.

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